Nun'Álvares Pereira - Finalmente o Santo Condestável
Vem isto a propósito de hoje ter sido entronizado no Vaticano, pelo Papa Bento XVI, Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, como Santo da Igreja Católica. Desde à muito que ele já tinha sido santificado pelo povo, que lhe chamava o Santo Condestável, que muitas vezes ouvimos citar nas aulas de História da nossa instrução primária (hoje, ensino básico). Que longo percurso de mais de 600 anos até se chegar aqui. O povo mais célere entronizou-o ainda em vida nos idos de 1300. Quando ele se despojou dos bens e das honrarias deste mundo, e os legou aos pobres, que nessa altura eram necessáriamente mais pobres do que os pobres de hoje, valeu-lhe logo a admiração dos seus pares e do povo em geral. Abdicou das honrarias do mundo, ele que foi um dos mais ricos e poderosos do reino de Portugal, para entrar na Ordem Carmelita que ele tinha fundado, como simples porteiro, que recebia com humildade todos os necessitados que o procuravam. Que exemplo, quem de entre nós era capaz de fazer o mesmo. A santificação é isso mesmo, a capacidade de desligar do mundo terreno, e caminhar num outro sentido indiferente ao que pensam ou dizem de nós. É a diferença assumida em nome da humildade, do despojamento. Um homem que foi um verdadeiro caudilho militar, um estratega de renome, chegou a pedir esmola nas ruas de Lisboa para dar aos pobres, o que viria a ser proibido pelo próprio Rei. Aqui está uma marca e um exemplo para todos, embora escrever sobre estas questões é mais fácil que seguir-lhe o exemplo, muito mais num mundo tão materialista como este em que vivemos. Estes são aqueles que "da lei da morte se libertam" para usar as palavras do grande Luís de Camões que também o celebrou nos seus versos.
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