Turma Formadores Certform 66

Saturday, November 01, 2014

O Halloween é uma importação mas foi criado na Europa há 2000 anos. E esta, hein?

Existem sempre justificações para a importações de tradições que. por mais que digam muito em certas paragens, nada dizem à nossa cultura judaico-cristã. Aqui vos deixo um desses exemplos, num artigo publicado no Expresso sobre o Halloween, com o título, "O Halloween é uma importação mas foi criado na Europa há 2000 anos. e esta, hein?", que reproduzo na íntegra pelo interesse que, segundo a minha opinião, ele encerra.

"As casas ficam assombradas, os fantasmas ganham vida, as bruxas saem à rua e os vampiros saltam do caixão. Tudo se junta naquela que é a noite mais assustadora do ano. Ou isto ou comem-se guloseimas, pregam-se partidas e contam-se histórias de terror. Mais Halloween e menos pão por Deus, num fenómeno a que chamam de "aculturação". No universo das histórias de terror, é na noite desta sexta-feira que tudo ganha forma e volta à ação. Naquela que é considerada, nos Estados Unidos, a segunda comemoração com mais adesão, a seguir ao Natal, o Halloween conquista cada vez mais território e mais participantes. A tradição já não é, definitivamente, o que era. Em Portugal, e principalmente nas grandes cidades, o pão por Deus foi substituído pela típica questão americana: "doçura ou travessura?". Mas vamos recuar no tempo. A história desta noite especial, muito antes de pertencer aos vampiros e às bruxas, teve origem celta, há dois mil anos. De 30 de outubro a 2 de novembro, os povos celtas comemoravam o fim do verão numa celebração chamada Stamhain, cujo significado é literalmente 'fim do verão'. Reza a lenda que na noite do dia 30 de outubro os mortos voltavam a povoar a terra e personificavam a figura do fantasma. O objetivo era que os familiares dos mortos deixassem à porta de casa comida e bebida para a receção dos espíritos. Numa noite em que os que se atreviam só saiam de casa se estivessem mascarados de fantasma para conseguir passar despercebido entre eles. Mais tarde, a Igreja Católica substituiu o Stamhain pelo Dia de Todos os Santos, 1 de novembro. E a noite de dia 31 tornou-se no "All Hallows Eve", ou seja, noite de todos os santos. "É uma tradição que viajou do norte da Europa para a América. A Europa tem a base cultural, as tradições, os espíritos, toda a cultura celta", diz ao Expresso o padre António Fontes. Por ser uma comemoração pagã, a relação entre o dia das bruxas e a Igreja Católica foi sempre adversa. Segundo António Fontes, "a igreja não vê com bons olhos porque não entende o espírito cultural, histórico e antropológico desta tradição. Precisa de conhecer as tradições para poder entendê-las melhor". Acabou a lição de História, vamos rregressar aos dias de hoje. Em Portugal o dia das bruxas vai tendo cada vez mais participantes, mas segundo afirma Nuno Santos, proprietário da Casa do Carnaval, em Lisboa, "o Halloween não é uma novidade tão recente como se julga, mas tem vindo a ser implementado cada vez mais pelo comércio noturno." Jean-Martin Rabot, docente de Sociologia da Universidade do Minho, considera que a apropriação do Halloween é um resultado da globalização que o mundo tem vindo a registar. "Há uma adaptação constante e uma apropriação de elementos culturais alheios à nossa própria tradição. Num mundo globalizado as fronteiras diluem-se, as identidades tornam-se móveis e os povos adaptam-se facilmente aos costumes dos outros povos", afirma. Só nos Estados Unidos, estima-se que todos os anos sejam gastos 6000 milhões de dólares (cerca de 4000 milhões de euros) em máscaras, doces e em enfeites temáticos. Mas se hoje em dia o Halloween excedeu a tradição e se transformou num negócio impulsionado pelo comércio internacional, Rabot refere que "não há contradição entre a comercialização e a tradição, as tradições sempre evoluíram ao longo do tempo, e sempre assimilaram elementos alheios". De acordo com o que o Expresso conseguiu apurar junto das redes sociais, o Halloween perde em participantes por não ser um produto nacional. "É uma festividade interessante que acabou por ser bem absorvida por ter uma imagética muito apelativa do imaginário fantástico e pagão da própria cultura de massas, mas é uma pena que tenha abafado a tradição do pão por Deus", afirma Paulo Neves, 23 anos, estudante de mestrado de Antropologia. O que é bom é português? Mas se como se diz o que é bom é português, muitas são as terras que se esforçam para manter a cultura nacional e adaptá-la aos tempos modernos. Em Vilar de Perdizes, distrito de Montalegre, comemora-se a noite dos fachos, "em que os rapazes roubam palha às pessoas e vão para o alto dos montes gritar para espantar os espíritos, as bruxas e os demónios", afirma o padre António Fontes. O sociólogo Jean Rabot defende que "cada país adapta a festa à sua maneira" e que, a incorporação de fenómenos internacionais em nada excluem o que é nacional, "a globalização contribuiu para o renascer das tradições locais, até porque se tornam conhecidas pelo resto do mundo". Por isso, esta noite mascare-se, saia à rua, pregue partidas e implore por guloseimas. Se faz sentido? Não interessa. Como lembra Robot, "também existe o Macdonalds e a Coca-Cola, a pureza cultural nunca existiu, as culturas são o resultado da confluência de vários povos, várias tradições, línguas e crenças religiosas". "

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