"Os Arquivos Secretos do Vaticano - O maior acervo de documentos secretos do mundo" - Sérgio Pereira Couto
Este não é o livro que parece ser pelo seu título. É um registo cronológico e sério, nada especulativo, sobre os arquivos mais secretos existentes à face da Terra. É um livro sobre a verdade escondida pela História. Lê-se na sinopse do mesmo: "Tudo o que é oculto, reservado, proibido, parece atrair-nos de uma forma especial e, de facto, uma aura de mistério envolve o Archivum Secretum Vaticanum. É um imenso repositório de informações que se espraiam ao longo dos seus 85 quilómetros de prateleiras plenas de livros, documentos, papéis e imagens - cerca de dois milhões de registos - que a Igreja Católica acumulou durante oito séculos. Mas o que há aqui de tão secreto? Com grande parte do seu repositório vedada à consulta pública, os Arquivos não se resumem a um simples depósito de dados. São, antes de mais, uma espécie de zona proíbida, guardadora de informação considerada "intocável", que desafia a realidade tal como a conhecemos." Quando comecei a ler o livro veio-me à memória a primeira vez que estive no Vaticano, já lá vão um bom par de anos. Era então Papa, João Paulo II. Fui a Roma e não vi o Papa porque este estava na sua estância de Verão em Castelgandolfo. Ia com uma missão bem definida, a de visitar a biblioteca vaticana, pensava eu na minha santa ignorância. Quando lá cheguei, e depois duma visita demorada àquilo que o comum dos turistas pode visitar, lá me dirigi para a biblioteca. Qual não foi o meu espanto quando me disseram que não a poderia visitar. Tinha então um amigo que trabalhava num organismo oficial em Roma a quem pedi ajuda. Depois de muitos telefonemas, troca de missivas e alguns dias na expectativa, lá consegui uma espécie de salvo-conduto para a tão desejada visita. Mas a minha surpresa não terminaria aí. Depois de me ter sido dado acesso ao local, por três funcionários mal encarados que mostravam que aquilo ia contra tudo o que estava estabelecido, foi-me logo dito que apenas poderia olhar alguns livros. Folheá-los ou sequer tocar-lhes não seria permitido. Foi-me determinado um tempo para a visita, necessariamente curto, mas que até se veio a verificar excessivo. Porque, para além do apressar dos funcionários que me acompanhavam, apenas me era dado ver, literalmente ver, as lombadas num pequeno circuíto, que representaria cerca de 1% ou menos do que é a biblioteca vaticana. Não sabia que era assim, mas apesar de tudo, saí com um certo sentimento de agrado. Porque estive, afinal, num local tão secreto e hermético que não pensava antes que existisse. Depois vim a saber através deste amigo que me ajudou a fazer esta pequena e histórica visita, que havia um conjunto de livros que apenas eram conhecidos do bibliotecário e do Papa que estivesse em funções no momento, e de mais ninguém. Comecei então a perceber, que para além da bela Basílica, das famosas estátuas de Bernini, há muito mais do que a imaginação humana é capaz de perceber. Este livro também serviu para isso, para um viagem às memórias de muitos anos atrás. Quanto ao autor, Sérgio Pereira Couto, é jornalista, investigador, escritor e um grande interessado pelos mistérios da História. Foi editor e repórter das publicações Ciência Criminal e Discovery Magazine, editor-assistente de diversas revistas e redator em várias outras, entre as quais a Galileu, a Planeta e a Leituras da História. A edição é da Marcador. Um livro muito interessante, não tanto pelo que revela, mas pelas pistas que dá com vista a um aprofundamento da matéria versada.
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