Turma Formadores Certform 66

Sunday, October 25, 2015

Os equívocos de Cavaco

A magistratura de Cavaco sempre esteve bem longe do aceitável, nunca se vindo a afirmar como uma presidência de todos os portugueses, antes como uma presidência de fação, sempre alinhada com o seu partido e com a coligação que ele suporta. Mas, mesmo apesar disso, seria expectável que com a aproximação do fim da legislatura, Cavaco quisesse deixar uma melhor imagem para memória futura. Mas não tem sido isso que tem acontecido. Invocando sempre o medo, o receio, o interesse nacional, com vista a criar alguma instabilidade junto das populações, Cavaco sempre foi protegendo a coligação que nos tem governando nestes últimos quatro anos. E isso aparece agora duma forma dramática e com um preço elevado. Quando no Verão passado deveria ter feito eleições, antecipando-as para com isso evitar possíveis problemas com o Orçamento de Estado, como parece que irá acontecer; depois dando recados que não são da esfera presidencial, como só aquilo que ele pense ser o melhor é que se deve fazer, ele a quem todos deverão obediência. Mas agora acha que há deputados de primeira e de segunda, partidos da governação e os outros a quem tal deve ser negada, enfim, um somatório de más decisões que só serviram para unir ainda mais a esquerda, como ficou bem visível na eleição do presidente da Assembleia da República. Cavaco que num outro tempo se apelidou a si mesmo como "o homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas" caminha para o seu final de mandato qual aquele cavaleiro romântico do romance de Cervantes. Para culminar tão triste espetáculo, só falta que mantenha em gestão o executivo de Passos Coelho, esperando por umas futuras eleições que só poderão ter lugar em meados de Junho do ano que vem, com um país a cair aos pedaços e ainda por cima, com uma gestão orçamental de duodécimos. Sim, porque se Cavaco empossar Costa na governação dará mais um triste espetáculo face àquilo que são as suas ideias e do discurso que fez há dias. Enfim, um conjunto de equívocos que parecem não ter fim e que só servem para arrastar o país para uma situação ainda pior do que aquela em que já se encontra. De equívoco em equívoco até ao equívoco final parece ser o lema de Cavaco. No entretanto, o país, todos nós, esperamos. Aguentamos. Tentamos lutar mesmo que seja uma luta quixotesca contra moinhos de vento tal qual o romance de Cervantes. A triste figura anda por aí à solta.

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