Turma Formadores Certform 66

Saturday, September 08, 2018

"A Trilogia de Nova Iorque" - Paul Auster

Mais um livro da coleção Livros RTP. Um livro muito interessante dum autor não muito conhecido entre nós. Na sinopse deste pode ler-se: "O livro que tornou Paul Auster famoso em todo o mundo. Cidade de Vidro, Fantasmas e O Quarto Fechado à Chave, constituem os três andamentos de uma sinfonia única, neste que continua a ser, tantos anos depois, o livro mais emblemático do autor. São três fascinantes histórias de mistério, centradas no submundo de Nova Iorque, em que o leitor, tal como os personagens, se torna prisioneiro dos irresistíveis enredos, dos puzzles alucinantes, em que o autor é mestre incontestado". Quando o comecei a ler, e à medida que ia avançando, ia tendo as visões duma Nova Iorque dum outro tempo, como os seus arranha-céus que quase que impedem a visão do céu e do horizonte, o bulício duma cidade que nunca dorme, do néon, mas também o outro lado, a cidade com enormes problemas, com os sem abrigo a deambular pelas ruas, a marginalidade, algo bem diferente daquela Nova Iorque dos postais ilustrados onde a luta pela sobrevivência é brutal, mas sempre escondida, sobretudo, dos turistas. conheci essa Nova Iorque num outro tempo. Aquela mais próxima da visão de Bernstein no seu famoso 'West Side Story'. Por isso, à medida que ia evoluindo na leitura, as memórias foram chegando sem pedir licença. Nem sempre, diria mesmo nunca, as cidades são aquela visão idílica que nos vendem. Há sempre um outro lado mais negro e escondido. Nova Iorque não foge à regra e, podem crer, esta visão é bem mais negra e até sinistra do que noutro lado qualquer. Este livro é importante porque trata muito duma certa desumanização das relações entre as pessoas. As pessoas que vivem sós, no seu mundo, e que não interagem com os outros. Nova Iorque tem este lado triste muito vincado. Sobre o autor, podemos dizer que é um autor de culto, nome cimeiro da atual literatura norte-americana, Paul Auster nasceu em Newark em 1947. Escritor de romances sobre almas solitárias, o seu nome é familiar aos devotos da literatura de ficção. A sua obra caracteriza-se por histórias fortes e prosa limpa. O confronto entre o indivíduo e o vazio, o poder da contingência, a natureza da solidão e memória são alguns dos temas abordados nos seus romances. A narração é geralmente levada a cabo por personagens cuja perturbação vai aumentando à medida que a ação se desenvolve. Realismo, fantasia, acaso e potencialidades realizadas e irrealizáveis vão-se fundindo de forma indestrinçável. Viveu durante quatro anos em França, daí a sua proximidade à literatura francesa. É confesso admirador de André Breton, Paul Éluard, Stéphane Mallarmé, Sartre e Blanchot, alguns dos quais traduziu para a língua inglesa. O seu gosto pela tradução é muitas vezes referido pelo próprio, que aconselha os jovens escritores a traduzir poesia para entenderem melhor o significado intrínseco das palavras. Além destes autores, Paul Auster refere ainda como suas influências Dostoiévski, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Faulkner, Kafka, Hölderlin, Samuel Beckett e Marcel Proust. Paul Auster também se dedicou ao cinema e em 1998 realizou o seu primeiro filme a solo "Lulu on the Bridge", com argumento seu. Em 2006 rodou o filme, "The Inner Life of Martin Frost", produzido por Paulo Branco. Paralelamente à carreira de escritor, entre 1986 e 1990 ensinou escrita criativa na Universidade de Princetown, em Nova Iorque. Em 1993 foi nomeado em França Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras e nesse mesmo ano ganhou o Prémio Médicis para Literatura Estrangeira. Em 2006 foi-lhe atribuído o Prémio Príncipe de Astúrias das Letras. Paul Auster é escritor, argumentista, tradutor, ensaísta, realizador, marinheiro, inventor de um curioso jogo de cartas e muito mais. É considerado um nome cimeiro da literatura dos nossos dias. A sua obra encontra-se traduzida em mais de quarenta línguas. As críticas têm sido muito favoráveis a este livro e saliento do 'Sunday Telegraph' que diz que 'A Trilogia de Nova Iorque' é "uma absorvente combinação de Tom Wolfe com Raymond Chandler...". A edição como já referi anteriormente é da Leya e faz parte da coleção Livros RTP. é o número 25 dessa coleção. Um livro a ler com muita atenção. Recomendável.

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