Novas do Nicolau
Como disse da última vez, o Nicolau está a degradar-se dia após dia. A sua magreza é enorme só mitigada pelo muito pêlo que tem. De acordo com os vet's o Nicolau sofre duma doença, - cujo nome técnico não me ocorre agora -, que leva a que os cães comam muito mas emagreçam quase na mesma proporção. (Já tive uma cadela há uns anos que morreu assim. Comia muito mas emagrecia dia a dia e veio a falecer cadavérica). Quanto a isto não há solução, é algo inevitável e decorre da muita idade que tem sempre associada a um quadro clínico de risco permanente. Assim, vou vendo o meu velho companheiro a definhar lentamente. Para já ainda com força suficiente para subir e descer escadas, - embora ajudado -, e com aquele feitio irreverente que sempre teve quando é contrariado. Fora disso, é um ser que se vai apagando lentamente. Já assisti ao fim de muitos animais, meus e alheios e até errantes, mas confesso que nunca estou preparado e o sofrimento por que passo é avassalador. Sabendo que o fim é inevitável, sei que não estarei preparado quando ele chegar. Ele sofre e nós sofremos com ele, embora dando-lhe sempre ânimo para continuar. Tenho o coração apertado. Quem ama os animais de verdade, julgo que não deixará de sentir o mesmo. O Nicolau não é mais um cão, muito menos, apenas um cão. O Nicolau é um membro da família e assim olhamos para ele. Neste momento tenho este sentimento contraditório, por um lado de tentar que a sua vida se prolongue um pouco mais, por outro, não queríamos deixá-lo para trás se algo nos acontecer. Sei que ninguém faria por ele aquilo que fazemos e para ele seria uma mudança incompreensível no fim da vida. O ciclo da vida é este. Por agora, ainda tenho a alegria de vos dizer que ele continua a preencher a nossa existência e a nossa casa. Não sei por quanto tempo mais. O destino decidirá.
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