Confinamento, sim ou não?
Temos ouvido a polémica em torno dum novo confinamento. Uns acham que sim, outro que não, como é costume nestes casos. Que o confinamento deu resultado há uns meses atrás, sem dúvida que sim, o problema é saber se poderíamos enfrentar outro. E chegados aqui, temos que assumir um definitivo, não. É fácil vir para os meios de comunicação gritar por confinamento, mas gostaria de ver o que diziam se passado algum tempo, - e nem seria necessário muito -, começassem a ver as empresas a fechar, os empregos a desaparecerem, as prateleiras dos supermercados a minguar, etc. Estou certo que logo mudariam de opinião. Porque é fácil vir gritar aos quatro ventos que a governação está mais preocupada com a economia do que com a saúde. Ambas têm o seu peso naturalmente, mas a economia neste momento é fundamental para o país não entrar em colapso. Todos vimos o preço que se pagou e se continuará a pagar por muito tempo com o confinamento em Março passado. (Muitos ainda não deram pelo real impacto que se está a abater sobre o país e, sobretudo, aquele que por aí virá no curto prazo. Estamos perante uma crise económica de dimensão ainda não totalmente previsível, mas que se sabe já, que será uma das maiores de sempre. Neste momento o tsunami já começou, embora a maioria das pessoas apenas sentiu uma vagas mais alterosas à beira mar. Mas as ondas gigantes estão a caminho não tarda nada). Esta é uma situação grave para qualquer economia de um qualquer país, mas quando se trata dum país pequeno, dependente do exterior e com uma economia frágil e totalmente aberta, estão as coisas assumem uma gravidade bem maior. Seja qual for a governação, estará sempre perante o dilema de tentar conter o mais possível a pandemia, mas também não deixar cair a economia do país. É um equilíbrio difícil de autêntico fio de navalha. A OMS alertou anteontem para o que estava a acontecer na Europa onde o nível de propagação da pandemia está a assumir valores muito preocupantes. E porquê ser assim? Porque a Europa já percebeu que não pode confinar totalmente como aconteceu há uns meses atrás porque, simplesmente, não é possível e as economias entrariam em colapso. Vai-se confinando determinadas zonas como acontece na vizinha Espanha, mas não se vai além disso. São as regras europeias a funcionar para que a Europa não seja engolida. E mesmo assim, esta e os países que a compõem, não deixarão de passar momentos bem conturbados. Será sempre difícil optar, mas o confinamento seletivo poderá ser a chave para a situação, quanto ao confinamento total dum país seria um total desastre e por isso, ninguém de bom senso, o pode defender.
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