Turma Formadores Certform 66

Tuesday, October 27, 2020

Poeta improvável... não!

Por vezes temos esta estranha sensação de remexer nas nossas memórias, - mesmo as mais longínquas -, numa tentativa vã de trazer o passado de volta. Nunca percebi porque isto é assim, talvez fruto dos anos que vamos colecionando que nos torna mais nostálgicos. Dei comigo a pensar em dois pequenos poemas que escrevi vai para mais de trinta anos! Um sobre um velho pedinte que era figura típica da cidade do Porto, o outro sobre uma prostituta que acabou por ir aí parar pelos caminhos ínvios da vida. Duas estórias que me marcaram muito, e de tal forma, que passado mais de três décadas ainda as recordo. Dirão que afinal o 'poeta' se revela. Nada mais errado. Embora goste de poesia, nunca me senti poeta e apenas esses dois aconteceram na minha vida. Normalmente escrevo em prosa porque a poesia é para os eleitos e eu não sou um deles. Os mais afoitos dirão 'poeta improvável finalmente assume-se', não de todo. Talvez pela minha índole romântica, escrevo por impulso sobre factos que, de uma maneira ou de outra, me marcaram. Todos os textos que tenho trazido têm sempre algo de autobiográfico. Vivo de momentos, vivo de sensações que me marcam e que perduram no tempo. Estes 'poemas' - com muita pena minha - não poderei aqui trazer, pelo simples facto que os guardei tão bem que deles lhes perdi o rasto. Mas falar-vos-ei desses dois momentos. Não hoje, mas nos próximos dias. Para facilitar quem me segue neste espaço, (e para uma melhor identificação), dar-lhes-ei dois títulos, (que não são os originais, mas destes também não me recordo). Assim, o primeiro, poderei chamar-lhe 'O velho pedinte' e o outro, 'A prostituta improvável'. Apenas para referência. Agora, à que trabalhar nos mesmos para deles dar publicidade nos dias subsequentes. Não se trata de nenhuma manobra de marketing, apenas o vasculhar e mergulhar em memórias dum tempo outro, já longínquo mas simultaneamente tão presente.

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