Tais pais, tais filhos

Ultimamente tenho ido buscar a minha afilhada à escola e não deixo de ser surpreendido por coisas que vejo, - e não pensem que me refiro aos pequenos -, mas sim aos progenitores. Esta semana que findou foi fértil em alguns acontecimentos (coisa que já é normal), mas deixem que me fixe numa questão que considero essencial. Trata-se dos trabalhos para casa que tão importantes são para os jovens permanecerem ligados à escola e aos ensinamentos que obtém que, através destes, se vão consolidando. Estavam a sair as salas do 4º ano e logo me apercebi duma festa à porta da escola. Era das crianças mas também dos adultos. Aproximei-me para perceber o que se passava e dei com esta insólita situação, os miúdos estavam eufóricos porque nesse dia não traziam trabalhos para fazer em casa, - o que até compreendo por se tratar de crianças na casa dos 9 anos de idade -, mas a euforia ainda era maior junto de alguns pais. Estes em vez de estarem preocupados com a evolução dos seus filhos, não era isso que os movia, mas sim, o não terem trabalho em casa para os ajudar na sua evolução escolar. Até se ouviam vozes de que para ensinar estavam lá os professores e que os trabalhos para casa, - que implicam sempre a ajuda dos progenitores que mais se interessam -, não deveriam existir e assim poupar-lhes tempo talvez para as suas novelas ou quejandos. Depois queixam-se que os filhos não sabem nada ou irritam-se com os professores quando estes dão um parecer menos favorável. Fico espantado com tal atitude que tão triste me deixa. Se as coisas já não andam bem no ensino, então agora, estamos conversados. Que será destes jovens no futuro? Que país teremos quando este jovens assumirem a direção dele? Como é lamentável tudo isto.