O enigma de 'O Jardim das Delícias Terrestres' de Hieronymus Bosch (Ou a relação do Homem com os animais e a natureza)
Já aqui falei deste quadro e a ele volto de novo. Esta obra de Hieronymus Bosch é um tríptico que pretende mostrar a vida do Homem a viver em paz com os animais, uma espécie de paraíso terrestre. A primeira parte do tríptico mostra o paraíso perdido de Adão e Eva, a segunda mostra um jardim em que homens e animais convivem aparentemente em paz uns com os outros e, a terceira mostra uma visão noturna de homens e animais em sofrimento diante de uma cidade em chamas. Por outras palavras, o primeiro mostra a harmonia dos seres humanos com os animais, a segunda o jardim conspurcado com o pecado do Homem perante a natureza e como subjuga os animais e o terceiro o efeito catastrófico da ação do Homem sobre o mundo natural e como corrompeu a natureza. Mas este quadro que foi pintado em 1504 tem uma vertente enigmática que tem escapado aos investigadores. Hieronymus Bosch nasceu em 1459 precisamente no ano referenciado na 'Chymische Hockzeit Christiani Rosencreutz anno 1459' ou as 'Núpcias Quymicas' que é o livro fundamental do movimento rosacruz. Este quadro é uma espécie de hino em tela de Bosch à santidade da vida animal e à sua união com o humano e o divino. A mensagem deste quadro foi associada à mensagem do 'Paradisusanime intelligentis' de Meister Eckhart. Este foi, e ainda é, um quadro muito polémico com leituras herméticas e cabalísticas. Muitos têm procurado desvendar o seu enigma sem que o tenham conseguido, dando a entender que este só será possível ser interpretado por iniciados em matérias exotéricas. Um quadro perturbador que podem observar e sobre ele refletir encontra-se em exposição no Museu do Prado, em Madrid. Ver e refletir porque o enigma permanece fechado em si mesmo.
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