Catar 2022 é um atentado à inteligência
Catar 2022 é uma vergonha. Todos sabem que não sou adepto de futebol. Mas não pensem que é por isso que alinho aqui estas ideias. O futebol, - para além dum desporto -, é uma máquina de interesses mesquinhos em que o dinheiro é a lei. São jogadores que quase que não sabem ler nem escrever que ganham fortunas que nunca pensaram ter, mesmo nos seus sonhos mais profundos. São dirigentes desportivos mergulhados na mais vil corrupção porque o dinheiro, (quase sempre fácil), a isso os conduziu. São as organizações mundiais deste desporto que, - em nome mais uma vez do vil metal -, fazem um campeonato em pleno inverno, onde os direitos de quem nele trabalhou para que hoje muitos possam ver os jogos na televisão, nunca existiram. Milhares de mortos para que durante um mês um país queira limpar a sua imagem bem suja, parece-me demais. Um país onde os direitos dos nacionais e dos estrangeiros são bem diversos. Um país onde as mulheres são sujeitas à lei da sharia que implica chicotadas, lapidação, tortura e morte, sem que os visados tenham o mínimo direito à sua defesa. Um país onde os direitos LGBTI+ são banidos e os seus adeptos são perseguidos e presos. Um país onde os direitos e as liberdades são espezinhadas todos os dias. Países assim não deviam ter a possibilidade de organizar eventos destes. Mais do que o futebol, o Catar quer limpar a sua imagem de país muçulmano que, como nos outros, apenas uma minoria tem direitos e os restantes são escravos, tudo em nome da religião. Claro que o Qatar não tem culpa de estar sentado sobre jazidas enorme de gaz, petróleo e outras matérias primas, mas os dirigentes ocidentais têm a obrigação de saber distinguir o trigo do joio. Não o fizeram porque o dinheiro mais uma vez falou mais alto. Tudo isto que nos vai entrar pelas casas adentro durante um mês é um verdadeiro hino à corrupção, compadrio e quejandos, esmagando tudo aquilo que são os direitos dos povos livres e democráticos, e nem sequer respeitando todos aqueles que deram a vida para que tudo isto acontecesse. Tudo isto é um atentado à inteligência dos povos. Dir-me-ão que se devia ter dito isso na altura em que este país foi escolhido. É verdade, mas nada foi dito porque a corrupção falou mais alto e o dinheiro também. E sobre os dirigentes de cargos mais elevados do meu país irem lá apoiar a seleção, nem comento. Sei que este país tem muitos interesses em Portugal, nomeadamente financeiros, mas isso não pode por a correr os nossos dirigentes atrás do futebol. Tudo isto é uma vergonha. O Catar 2022 é em si mesmo uma vergonha!
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