Novas do velho Repinhas
Fui surpreendido ontem pela manhã por duas fotos que a minha querida Amiga Margarida Ferreira me enviou. Aqui publico uma delas. Trata-se dum velho amigo e conhecido meu o Repinhas. Para quem não sabe, o Repinhas pertenceu a uma matilha sediada em Rio Tinto que alimentei durante dezassete anos. O último elemento dessa matilha era o Repinhas. Por ele lutei, por ele fiz apelos, por ele muitas vezes chorei. Mas o Repinhas lá continuava e a saída para ele ter um final de vida mais digno parecia não ser facilmente almejado. Em determinada altura houve alguém que ameaçou com o canil, instituição que já o tinha tentado apanhar sem sucesso. Fiquei preocupado e fiz um derradeiro apelo, muito emotivo, na tentativa de salvar o Repinhas, caso contrário, acabaria no canil e como cão de ninguém seria logo abatido. Esta minha Amiga viu o meu apelo e contactou-me dizendo que tinha uma solução para ele. Assim aconteceu. Ele foi resgatado por um outro amigo que também o ajudava e que o levou até Bragança, terra donde é natural a Margarida. Depois de ser castrado ele foi encaminhado para Macedo de Cavaleiros, onde uma amiga da Margarida, o acolheu. Foi a Cris Pinto que ficou com ele, e onde ele ainda hoje se mantém. Já muito velhinho, o Repinhas lá continua a (sobre)viver apesar da sua já muita idade. Nunca mais estive com ele desde que foi para Bragança e sempre que estas fotos me chegam são para mim uma verdadeira epifania. Hoje estou de coração cheio porque me cruzei, embora em fotografia, com o meu querido Repinhas. Desejo-lhe mais uns bons anos de vida apesar da sua idade. Sei que está bem e que quando o seu fim chegar eu e ele ficarmos com aquele sentimento de que ainda foi a tempo dum final de vida digno. Agradeço mais uma vez à Margarida a ajuda que na altura me deu para resolver este caso que se me afigurava insolúvel, mas também quero agradecer à Cris Pinto por o ter acolhido e integrá-lo nos muitos cães que possui. O Repinhas merece tudo isso pelo muito que sofreu e de que eu fui testemunha. Os seus familiares, avós, pais, irmãs e irmãs, não tiveram tanta sorte. São momentos destes que ainda me fazem acreditar no ser humano enquanto tal, ou pelo menos em alguns deles.
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