Turma Formadores Certform 66

Saturday, December 03, 2022

Reflexões históricas

É a história de Gerhard Schröder, antigo chanceler alemão, de esquerda, contratado pelo gigante russo Gazprom, depois de ter supervisionado e financiado a construção de gasodutos quando estava no cargo. É a de François Fillon ou de Jean-Pierre Raffarin, amigos primeiros-ministros franceses, de direita, que puseram a sua experiência e as suas redes ao serviço da Rússia, no caso do primeiro, e da China, no caso do segundo. É a de Christian Kern, antigo chanceler austríaco, de esquerda, tornado presidente da Associação de Negócios Austro-chinesa, posto avançado dos interesses chineses no seu país. É a de Esko Aho, antigo primeiro-ministro finlandês, centrista, antes de se juntar ao diretório da banca russa, próxima do Kremelin Sherbank. É a de Yves Leterme, antigo primeiro-ministro belga, promovido a co-presidente da Direção do fundo de investimento chinês Tojoy. É também a história de Marion Scheller, alta funcionária que dirigia a política energética alemã no Ministério da Economia antes de se tornar lobista-chefe da Gazprom. Ou de Jacques Biot, antigo reitor da Escola Politécnica, que deixou entrar a Total e os interesses chineses no templo da formação francesa, antes de ter sido nomeado presidente do Conselho de Administração da Huawei France. É a história de dezenas de antigos chefes de governo, ministros ou burocratas, que se venderam a potências estrangeiras hostis. A história das elites esquece aquilo que a república exige em termos de virtude e de lealdade ao serviço da pátria. 

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