"A Arte de Ter sempre Razão" - Arthur Schopenhauer
Dizia Franco Volpi: «Com Hegel, a dialética atinge o seu perfil filosófico mais elevado. Schopenhauer […] replica com uma operação de força igual e contrária, e redu-la ao mínimo, considerando-a a arte de ter razão, a teoria de arrogância humana natural. Operação que, de um ponto de vista filosófico, é provavelmente menos profunda, mas que acaba por se revelar mais bem-adaptada às mudanças dos tempos, porque Schopenhauer não liga a dialética a uma filosofia, mas à própria condição do homem enquanto animal dotado de palavra, quer dizer […], enquanto ser a quem os deuses deram a palavra para que possa ocultar o seu pensamento.» Quanto ao autor, Arthur Schopenhauer (1788-1860), nascido em Danzig, na atual Polónia, foi um dos maiores filósofos do século XIX. Filho de um comerciante e de uma escritora, era esperado que seguisse os passos do pai, mas o seu interesse nunca foram os negócios. Em vez disso, durante as inúmeras viagens que realizou, redigiu uma série de considerações melancólicas e derrotistas sobre a miséria da condição humana. Acabando por se dedicar exclusivamente à reflexão filosófica, Schopenhauer trabalhou intensamente em Frankfurt, redigindo e publicando diversos livros que não alcançaram grande sucesso. O reconhecimento chegou postumamente, e os seus escritos sobre religião, psicologia, ética e política – que traduzem a sua visão pessimista da natureza humana – influenciaram a filosofia existencialista e o pensamento freudiano e afetaram diretamente as obras de vários filósofos. O ensaio 'Como ganhar uma discussão (mesmo sem ter razão)' foi publicado pela primeira vez após a sua morte e veio a tornar-se uma das suas obras mais afamadas. Um livro muito interessante e atual numa edição da Relógio D'Água.
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