No primeiro aniversário de falecimento da Paula Maia
Celebra-se neste dia o primeiro aniversário de falecimento da minha queria amiga Paula Maia. Um ano passou e a memória ainda tão fresca. Neste dia é inevitável vir à memória o tempo que partilhamos nesta dimensão. Lembro-me bem com começamos a falar. Foi depois dum apelo dramático para ajudarem o Repinhas - entretanto também já falecido - cão que pertencia à famosa matilha de Rio Tinto. Falamos um dia à noite. Ela não conheci a situação, nem o local, embora vivesse lá perto. Na manhã seguinte foi lá, e tudo mudou para melhor. Não precisava que a Paula me dissesse que tinha lá ido, porque a limpeza e o esmero era tal, que qualquer um sabia que a Paula por lá tinha passado. Quando o Repinhas foi resgatado a Paula ainda lá continuou a ir, desta feita para apoiar uma gatinha que lá deixei. Quando a Paula faleceu ela ainda era viva. (Não sei se ainda é). Mas a Paula dividia-se por muitas outras coisas. Ela resgatava cães e gatos que levava para casa, outros que apoiava com a ajuda de amigos. Ela tratava dum cavalo (tal como eu) que estava praticamente abandonado num local onde o Repinhas chegou a habitar. Ainda me lembro da chamada que me fez banhada em lágrimas porque o pobre cavalo tinha morrido. Esta era a grandeza da Paula. Ajudando animais e não só. Disse-me um dia que estava a ajudar uns miúdos ciganos na escola para que estes não a abandonassem precocemente em troca de dois cachorros maltratados que ela levou para casa e que a ela sobreviveram. Mas também não me esqueço dos telefonemas quase diários que fazíamos um ao outro, onde se falava de tudo e de nada. Era uma maneira de estar presente, de desabafarmos o que nos incomodava, ou partilharmos aquilo que nos alegrava. Foi assim até ao fim. Recordo a sua aproximação à Fé, quando me pedia para rezar por ela. E mais recentemente, recordo com tristeza o pedido que ela me fez, - pressentindo talvez a chegada do fim -, para lhe fazer o elogio fúnebre. Mas também aquela chamada que ficou adiada para o dia seguinte, que seria feita mais tarde do que o habitual porque ela tinha consulta no IPO, e quando a chamada chegou pelas 10,00 horas da manhã, pensando que era ela, logo percebi que não, era a voz do seu irmão Augusto a dar-me a notícia do seu falecimento. Sofri um choque terrível que me anulou a voz por falta de palavras, só mais tarde dei as condolências à família. Foi neste dia, de à um ano atrás. E o vazio instalou-se, e ainda por cá anda, pela ausência desta grande Senhora, pequena de estatura, mas grande de sentimentos. Ela foi uma força inspiradora para mim e certamente para muitos mais. Foi uma amiga sincera daquelas que já não abundam por aí. Neste dia funesto que se celebra o primeiro aniversário do seu falecimento, só me resta dizer, lá onde estiveres que descanses em paz, Paula!
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