As diabruras da Rosita

É do conhecimento de muitos de vós que a Rosita era uma gata caseira que trocou a sua família por nós. Anda por cá vai para oito anos, ainda tinha cães nessa altura. Por cá foi ficando ao ponto de até dormir connosco. Muito meiga e carinhosa. Há uns meses atrás a Rosita esteve gravemente doente. Pensamos que não escapava, mas com os tratamentos e cuidados que lhe demos recuperou. Numa altura em que ela ainda estava doente e fraca, com dificuldades de subir a muros, a Rosita desapareceu. Não estava na nossa casa, nem na casa dos donos. Isso deixou-nos preocupados pela sua fragilidade física. Depois de muita procura, viemos a encontrá-la na casa dum outro vizinho. Conseguimos que voltasse para casa para acabar o tratamento. Logo que recuperou a Rosita começou a ter dificuldade em dormir dentro de casa. Alterou o seu comportamento radicalmente e como tem a sua irmã Maria por perto andavam as duas juntas. Há dias atrás, tentei trazê-la para casa. Ela ficou tão stressada que tive que a deixar sair de novo. Nunca mais ficou dentro de casa. Procura-nos para que lhe demos de comer, durante o dia anda por cá, mas à noite desaparece, sozinha ou com a irmã, para parte incerta. Aparece de madrugada muito quente e seca, mesmo em dias de chuva. Hoje reparei que ela vai muito para a casa onde se acolheu quando estava doente. Não sei porquê, porque então estava em obras e agora já está habitada. Continua carinhosa connosco mas ficar em casa nem pensar. Gosto muito de animais, sempre tive cães, mas gatos nunca embora apoiasse alguns felinos vadios que por aí andam. No momento em que estava a descobrir o que era viver com um gato, a Rosita faz-me isto. Adoro animais mas nunca me hei de habituar aos gatos. Talvez porque sempre tive cães com a sua proverbial lealdade. A independência dos gatos é algo que me trás apreensivo. Nunca me habituarei a isso. A Rosita deu-nos um grande desgosto. Achamos que não merecia-mos depois de tudo o que fizemos por ela. Enfim, coisas de gatos!