Um início de ano igual a tantos outros
Algumas não deixaram de me sobrevoar bem de perto. Talvez espantadas com semelhante aparição. Talvez pensando num manjar melhorado de que eu poderia ser o portador improvável. Mas sempre atentas e curiosas com os seus gritos estridentes, quais guerreiras dos céus. À medida que caminhava o dia foi clariando. É mais um numa sequência de 365, no ciclo anual que se repete. Os quilómetros foram desaparecendo debaixo dos meus pés. Até que cheguei. Cumprido mais um ritual matutino apesar da gripe. Porque este tempo é para mim um bálsamo. Como adoro o frio da madrugada a fustigar-me o rosto! São estas pequenas coisas que nos dão a sensação de que estamos vivos. Da felicidade para além de tudo o resto que a materialidade do mundo nos vai oferecendo.
É assim que começou mais um novo ano para mim. É assim que começam todos os anos para mim. Pelo menos enquanto o puder fazer. Este foi mais um dia. O segundo dum novo ano...
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