A problemática dos emigrantes ilegais ou a transformação da Europa
A Europa tem vindo a assistir a uma "invasão" de gente oriunda essencialmente de África, que tenta buscar no Velho Continente uma nova vida, melhor e, sobretudo, bem longe dos horrores da guerra que avassalam os seus países. Lampedusa ficará no mapa como uma espécie de símbolo do desespero de muitos que demandam melhor vida com mais segurança. Felizes são os que chegam porque muitos acabam por morrer no mar. O Mediterâneo tem sido para muita desta gente um verdadeiro e imenso cemitério. As notícias não param de chegar a dar informação de mais e mais mortes, mais e mais naufrágios, mais e mais desespero. Os apelo a uma resolução global deste problema vêm das mais variadas partes do mundo. Até agora não passando apenas de palavras. O Papa Francisco tem sido uma das vozes que mais se tem feito ouvir num emaranhado de interesses, desde logo, daqueles que se servem desta pobre gente para obterem dinheiro fácil. Tudo isto é dramático, Todo este cortejo de desespero e horror nos deve fazer pensar sobre a condição humana. Penso que quanto a isto não existem dúvidas. Mas paralelamente a esta questão, um outro problema nos deve fazer refletir. Quem são estas pessoas que aos poucos vão desfigurando a Europa? E com isto não quer dizer que me ponha em sobressalto sobre todos e qualquer um deles. Mas estou certo que, dentre estes desafortunados, muitos virão infiltrados com outros intuitos às ordem de senhores da guerra. Há dias veio-se a saber que um grupo de emigrantes ilegais tinham estado envolvidos numa rixa em pleno mar e que teriam atirado várias pessoas borda fora, que por lá ficaram. Mas o mais relevante da notícia é que os criminosos - atualmente a contas com a justiça italiana - eram todos de confissão muçulmana e os que pereceram no mar eram todos cristãos. Que estranha coincidência esta que, mesmo em situação de desespero não se põem de lado os credos religiosos. O conflito civilizacional é um facto desde há muito, mas penso que ainda poucos olharam para ele como algo mais profundo. A Europa evoluída onde a natalidade vai diminuindo a olhos vistos, mais cedo ou mais tarde, abrirá as portas sem reservas a gente oriunda doutras paragens de que vai necessitar. Um caso paradigmático e que conheço bem é o francês. Nos idos anos 60 do século passado, e sobretudo depois do conflito da Argélia, verificou-se uma abertura de fronteiras sem precedentes dos povos do magrebe, os "pieds noire", como eram depreciativamente conhecidos. Muitos restaurantes abriram com ementas exóticas desses países. Com o passar dos anos, a sociedade francesa foi-se refinando. A natalidade baixou - coisa que ainda hoje se verifica - as profissões ditas menores deixaram de ser exercidas pelos naturais. Apareceram os portugueses inicialmente. Com a evolução deste grupo, - sobretudo a 2ª geração -, estas tarefas mais modestas foram ter às mãos dos magrebinos. E aos poucos, a caracterização da sociedade francesa foi mudando. A sua cultura de excelência também sofreu interpenetrações, as suas confissões mudaram. A França de hoje é bem diferente daquela de há 30 ou 40 anos atrás, desfigurada por uma emigração que entrou sem controle no país. Da última vez que por lá passei, tive a oportunidade de falar com alguns destes jovens. Era claro que o fortalecimento da sua matiz islâmica era uma evidência, embora poucos pensassem que ele se transformaria nesse "orgulho islamista" radicalizado e absurdo que só tem trazido morte e desgraça. A mesma de que muitos destes emigrantes fogem nos nossos dias. (Aliás, já antes se tinha verificado o mesmo com os negros, com esse "orgulho negro" que fez escola nos finais do século passado nos EUA e mesmo na Europa, embora estes fossem naturais destas áreas e não emigrados). Quero com isto dizer que estou convicto que no meio de muitos destes desafortunados, outros virão - talvez infiltrados - para criar as condições da islamização da Europa de que o ISIS e grupos afins vêm falando. Até na sua verborreia radical, não é esquecido o sonho da tomada do Al-andaluz, que foi um califado importante na Espanha e Portugal em séculos passados que a História registou. Daí que devemos estar atentos a estes movimentos. No meio do muito trigo que aí virá e de que a Europa necessita como mão-de-obra no futuro, muito joio também não deixará de vir, e esse é que fará a diferença. O radicalismo aí está duma forma brutal. Criou as condições desta emigração em massa. Mas também pode aproveitá-la para com ela criar as bases duma radicalização da Europa a que esta terá dificuldade em fazer frente quando a sua base social assentar nestas gentes que chegam e que vão ficando, não se europeizando, ou apenas o fazem por interesse - quais "cristãos-novos" - que mais tarde ou mais cedo imporão a sua visão do mundo a uma Europa que não terá forças para se defender. É preciso estar alerta com este movimentos. Não significa que deixemos de dar atenção a estes pobres desgraçados que nos demandam, mas sempre com o crivo que separá, (ou pelo menos deve fazê-lo), entre o trigo e o joio. Não sei se é assim. Não sei se estamos atentos ao fenómeno. Não sou xenófobo, acho até este sentimento repulsivo e sem sentido. Mas não podemos permitir que no nosso seio, ajudemos a criar a hidra que nos há-de devorar. Fala-se muito dos "mafiosos" que ficam com o dinheiro desta pobre gente, arranjado sabe-se lá com que dificuldade, mas outra questão pertinente se levanta. Serão apenas gente sem escrúpulos que enriquece à custa destes desafortunados, ou algum, quiçá. todos esse dinheiro irá parar às mãos dos senhores da guerra que hoje matam sem dó nem piedade em nome duma religião que devia ser de paz? Penso que o problema é mais profundo do que a emoção do momento faz perceber. O tempo dirá se tenho ou não razão. Mas isso nem é o importante. O que devemos é evitar entrar de olhos fechados num processo sem critério onde tudo e todos são tratados de igual modo. E talvez nem todos sejam tão iguais assim.
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