Turma Formadores Certform 66

Tuesday, May 19, 2015

Filho de um... Pai!

Pela sua importância de que se reveste, publico aqui na íntegra um texto inserido no blog "As Redes do Damas", sobre o caso que vem revoltando o país, e que teve lugar no último domingo em Guimarães.

"Isto choca-me. Revolta-me. Mexe comigo. Assusta-me. E o assunto até está relacionado com um Clube que não me diz nada, repito, rigorosamente, nada.

Qual é o objectivo deste texto se o assunto não é Sporting?

Pois bem, o assunto não é verde e branco, mas é pessoal. Podia ter sido o meu pai, o meu avô, o meu primo, o meu tio, o meu afilhado ou o meu filho. E quando é com os nossos… Não há clube, nem rivalidade que faça sentido.

Tenho um afilhado, com 8 meses, que teve o azar de nascer lampião. O Pai do João é doente lá pelo clube da bicharada, é benfiquista ferrenho, é parvo todos os dias, quando o tema é vermelho. No entanto, e mesmo sabendo que sou um Sportinguista de alma e coração, também doente e parvo quando o assunto é verde, escolheu-me para ser padrinho de mais um cabeçudo.

E eu, ontem, imaginei-o ali. A apanhar forte e feio, porque terá dito ao policia para ir apanhar no sítio onde o sol não brilha, ou por ter chamado a mãe de “senhora Doutora”. Não é que ache isso correcto, mas no dia em que a polícia decidir distribuir cacetada por ofensas verbais, o mundo do futebol regressará ao tempo dos gladiadores.

Não são hooligans, não são ultras, não são casuals, não são escumalha. Esta podia ser a tua família. Podias ter sido tu o pai, e ao veres o teu filho em apuros, terás desligado automaticamente o sensor da racionalidade. Mas é precisamente para este tipo de casos, que os agentes da autoridade que formam o corpo de intervenção, são treinados e preparados psicologicamente. Não chega ser um massa bruta, ter uns músculos grandes e um bastão com total liberdade para ser usado, também é necessário não ter uma cabeça oca.

O “bófia” que batia em tudo o que mexia (neste caso: avô, pai e dois filhos com 7 e 12 anos respectivamente) não é um agente da autoridade. É um parvo com um cassetete na mão, sem capacidades mentais para desempenhar as suas funções. Se são todos iguais? Claro que não. A imagem fala por sí.

Da mesma forma que há adeptos que não trazem nada de positivo ao futebol, e que merecem, por vezes, intervenções mais rígidas, há também os policias que deviam despir o uniforme, levar dois pares de estalos, e ir procurar um novo trabalho. Talvez como segurança no Cais do Sodré. Assim sentir-me-ei mais seguro, no dia em que for com o meu filho, ou quem sabe com o meu afilhado, “à bola” ao domingo à tarde."

Esta situação não pode passar impune. É um insulto à instituição e uma vergonha para o país. O assunto já ultrapassou as fronteiras. Mais um ato de que não nos podemos orgulhar...

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