60 anos de vivência
Há 60 anos atrás, cerca da 1 hora da tarde, a minha mãe estava muito feliz. Tinha dado à luz uma criança saudável, em tempos onde as crianças nem sempre o eram à nascença. Em casa dos seus pais, porque naquele tempo ninguém ia para os hospitais ou maternidades, os filhos nasciam em casa junto dos seus. 60 anos passaram, sobre esse dia, onde todos estavam contentes e felizes. Muitas coisas se passaram desde então. Alegrias, mas também tristezas, ambas são sal da vida e momentos de aprendizagem. Muita água correu sob as pontes desde então até hoje. Um ciclo de vida foi-se fazendo. Já longo o que prefigura um final que se aproxima. Não que tal me deixe incomodado, apenas tento refletir uma realidade da vida. A vida não passa duma imensa corrida de estafetas, a quem vamos passando o testemunho para que os mais novos dêem continuidade à corrida. Mas é bonito chegar aqui, sobretudo, quando na nossa mente parece que temos muitos anos a menos. Como habitualmente neste dia, não deixei de passar pelo cemitério onde os meus pais e avós maternos já se encontram. É uma espécie de homenagem àqueles que me colocaram no mundo e aos que me deram as possibilidades de evoluir nele. 60 anos já passaram. Oficialmente abandono o meu Outono da vida e começo a entrar no meu Inverno. Mas todas as estações são belas se soubermos olhar bem para elas e delas extrair o melhor que encerram. Na longa estrada da vida lá a vou percorrendo, caminho que se faz caminhando como dizia o poeta, ciente do muito que já fiz mas também do muito que ainda me falta fazer. Tenho a sensação de que vimos a esta vida para aprender algo, há quem diga que é o amor, para depois regressarmos à nossa verdadeira casa. Talvez seja assim. Já muito aprendi, nem sempre da melhor forma, mas sempre com a expectativa de evoluir mais e mais. 60 anos volvidos. Um pedaço de páginas já viradas do livro da vida.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home