Os maiores - Uma reflexão para um domingo chuvoso

Desde os tempos bíblicos que esta questão se coloca, afinal, ela é tão antiga quando a espécie humana, e que bem se aplica aos nossos dias. A grandeza, diante do eterno, de Deus se preferirem, não vem nem do dinheiro, nem dos cargos elevados, nem dos títulos académicos, nem de talentos de garantida cotação social. Vem, simplesmente, do grau de amor com que procuramos ser úteis e servir... Grandes são aqueles pais que arranjam sempre tempo para estar com os filhos, para os escutar e responder às suas infinitas perguntas, para brincar com eles e, junto deles, descobrirem de novo a vida... Grandes são aquelas mães que enchem o lar de calor e de alegria; mulheres que não têm preço, pois sabem dar aos seus filhos o que eles mais precisam para enfrentarem confiadamente a vida. Grandes são os casais que vão amadurecendo o seu amor dia a dia, aprendendo a ceder, cuidando generosamente da felicidade do outro, perdoando-se mutuamente nos mil pequenos atritos da vida... Grandes são aquelas pessoas, jovens e adultos, que nas nossas comunidades mantém de pé e com vida serviços por onde passa a educação, a ajuda fraterna, a crença e até a fé. Aqueles jovens e adultos que dão vida a clubes, associações, movimentos, partidos, sindicatos, por onde passa o convívio são, a cultura, a solidariedade, a luta pela justiça e pelo progresso, gente anónima sem a qual este mundo seria mais pobre, mais triste, mais cínico, mais agreste e desumano. Todos conhecemos, certamente, pessoas assim. Pena é que não sejamos todos tocados por este espírito solidário que tão necessário é neste mundo de conflitualidade permanente. Reflexão para um domingo chuvoso como este que temos hoje, que convida à interiorização, ao exame de consciência, enfim, ao sabermos se estamos incluídos nesta lista, e que posição ocupamos nela. Mas também, se não nos sentirmos identificados com isto, podermos refletir o modo de passarmos a ter uma vida mais integrada, mais centrada no outro, em detrimento de nós mesmos, mais solidária, onde o deus tecnologia, o deus dinheiro, ou outro qualquer fruto destes nossos tempos modernos, não sejam o que determinam, mas a ferramenta que auxilia, como por diversas vezes o Papa Francisco nos tem instigado, confrontado, apontado. Tempo este propício à reflexão, pois então aproveite-mo-lo. Bom domingo a todos.