Finalmente!...
Finalmente!... Já não era sem tempo que esta novela política tivesse o seu termo. (E não esquecer que tudo estava estudado nos vários cenários possíveis!!!). O Senhor Silva - na feliz designação do seu correlegionário político Alberto João Jardim - lá teve que engolir o sapo, melhor dizendo o elefante, e "nomear" (o eufemismo que encontrou para "indigitar" negando também ele o formalismo constitucional) o governo de António Costa. Tudo fez para não o aceitar, mas depois do murro na mesa do presidente do Eurogrupo na passada segunda-feira, o Senhor Silva lá foi a correr resolver o problema que ele próprio criou. Desde logo, quando não antecipou as eleições. E não o fez não por puro formalismo político, mas porque as sondagens davam uma clara vitória do PS. Depois foi o que se viu. De recado em recado, com alguma azia à mistura, o Senhor Silva acabou caçado na sua própria armadilha. Depois foi o protelar até ao limite a situação, - logo ele que é tão formal e defensor das instituições -, não se importou de arrastar a indigitação, levando a que Portugal só tenha Orçamento de Estado lá para Março, se tudo correr bem. O homem que se apelidava a si próprio de "nunca ter dúvidas e raramente se enganar", afinal enganou-se e redondamente. Como se não bastasse, marcou a tomada de posse para hoje às 16 horas, entrando em conflito com a Assembleia da República, que a essa hora está em trabalhos. Logo ele tão defensor das instituições e do bom relacionamento entre elas! Até ao último momento quer dar a entender que não concorda, que despreza a Assembleia da República, com o ar de quem manda e pode, não percebendo que já ninguém espera nada dele e que, pior do que isso, ficará sempre com o seu mandato com forte anátema para a História da Democracia Portuguesa. Mas lá teve que ser. O elefante custou a engolir mas não havia volta a dar. Sendo certo que, nos próximos 3 meses - os últimos do seu mandato, felizmente - o Senhor Silva tentará criar os maiores obstáculos ao governo. Disso ninguém tem dúvidas. O novo governo trás, como todos os novos governos, aura de esperança para todos. Pode ser assim ou não, só o futuro dirá. Mas uma coisa é certa, pior do que este que foi varrido do poder, será difícil ser. Um governo que durante 4 anos destruiu emprego e empresas, reduziu o nível de vida das gentes, encostando um número significativo de pessoas à vereda da miséria. Um governo que criou uma brutal carga de impostos que esmaga toda a gente, que deu poderes à máquina fiscal para esmagar os cidadãos, reduzindo-os à miséria se preciso fosse - basta ver as penhoras de habitações aos faltosos o que até é inconstitucional - no sentido de extorquir o mais que pudesse. Um governo que vendeu meio país ao desbarato, porque o importante era dar aos privados o bolo como aconteceu com a TAP, em que o melhor do negócio fica com os privados e as dívidas com o Estado, ou seja, com todos nós. Um governo que mentiu desde que chegou ao poder. Continuou a mentir durante 4 anos, quando implementou a sua agenda ultraliberal escondido atrás dum memorando de entendimento. Um governo que agora, felizmente, se vai embora, continua a mentir como é o caso da sobretaxa, com devoluções de 35% antes das eleições e, depois delas, como já não era preciso mentir, veio-se afinal a saber que essa devolução seria de zero!!! Este governo ao menos foi coerente. Mentiu sempre até à hora da despedida. Assim, é com expectativa que o novo chega. (Não sei se era este que gostava de ter. Mas sei isso sim que o que não queria era a manutenção do cessante). Para uns será bom, para outros mau, e ainda para outros o logo se verá. Mas seja como for, uma coisa boa já este governo tem em si, que foi o afastar estes rapazolas que nos (des)governaram durante tanto tempo, que nos reduziram à miséria, que fizeram com que a geração mais jovem e qualificada que Portugal teve, não conseguisse viver no seu país que gastou muito dinheiro a formá-los, empurrando-os para os caminhos da emigração em volume tal que só se compara com o dos anos 60, quando se fugia deste país pela miséria e para não se ir para a guerra colonial. Este é seguramente um dia de esperança para a maioria dos portugueses. Se justificável ou não, o futuro se encarregará de esclarecer. Por agora o que conta é que já está. O Senhor Silva - ele que também já prepara as malas - deu-lhe posse, não porque o desejasse mas porque não tinha outra solução. Caminhos novos, arranjos novos, numa Democracia que caminhava para a cristalização. Agora só resta desejar as melhores felicidades ao novo executivo. Para bem de todos nós e do país.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home