No 13º aniversário do meu companheiro Nicolau
Treze anos passaram, desde aquela madrugada de véspera de Natal que te recolhi - daí o teu nome de Nicolau - e te trouxe para casa, ensopado em água depois duma noite de temporal que te marcou psicologicamente. (Ainda hoje sofres desse síndroma). Treze anos passaram quando te abandonaram à minha porta noite dentro. (Segundo os veterinários terias pouco mais de três semanas de vida talvez um mês. Nunca saberemos ao certo). Assim, é sempre difícil determinar o dia do teu aniversário mas, mais dia menos dia, aqui estamos, treze anos volvidos junto de ti. A tua mãe adotiva - a Tuxa - já partiu, precisamente com a idade que tens hoje, o que me leva a crer que não te terei muito tempo mais na minha companhia, apesar de seres ainda um cão forte e determinado, apesar dos anos que te vão esmagando. Sempre amigo e fiel. Nunca mais foste o mesmo desde o dia em que a tua mãe adotiva partiu. Durante meses, todos os dias, a primeira coisa que fazias era ir visitar a sua sepultura. O tempo foi passando, os anos também. Estás mais velho meu amigo, meu companheiro, tal como eu, tal como todos nós. Mas hoje não vamos falar de tristezas. Hoje quero recordar aquele dia em que te trouxe, e apesar da tua fragilidade, mostravas já o teu ar rebelde e caráter forte que virias a ostentar até hoje. Foste sempre um líder, um chefe. Depois mudaste de casa e reencontraste mais uns tantos amigos que te rodeavam e que tu tentavas manter em respeito. Agora restas apenas tu, a abrilhantar estes nossos dias. Treze anos passaram e parece que foi ontem. Porque o tempo passa rápido quando se ama alguém. Nem damos por ele. E tu tens sido muito amado - como tu nos tens amado também -, como amados foram todos os que te antecederam. Porque vós sóis o melhor do mundo, aquilo que o ser dito humano gostava de ter sido e não foi. Daí o vos maltratarem tão barbaramente. Porque o ser dito humano não consegue conviver com a ideia de que não é o melhor, o imprescindível. E não o é, porque vós existis para nos lembrar isso mesmo, para nos indicar caminhos de humildade e amor que recusamos trilhar. Hoje é o dia do teu presumível aniversário, Nicolau! Treze anos passaram preenchidos de amor e carinho. Treze anos a ensinar-nos que há mais mundo para além daquele mesquinho que vivemos. Treze anos passaram e nunca me arrependi de te ter trazido para casa. Não seria expectável que o não fosse. Porque eras aquilo que de melhor o mundo tem. Um ser que precisa que lhe ensinemos algumas coisas, embora o amor seja aquela que não necessita. Porque já o transportais no vosso ser, no vosso ADN. Treze anos passaram e estamos muito felizes por fazeres parte na nossa família. Parabéns, Nicolau!
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