Turma Formadores Certform 66

Friday, April 01, 2016

O Brasil na encruzilhada

Raras vezes me prenuncio sobre a situação noutros países. Se o faço agora é pelo carinho que Portugal e os portugueses têm pelo nosso país irmão, o Brasil, que queremos forte e próspero. Não conheço a realidade do dia a dia dos brasileiros, mas há distância dum oceano que nos separa, julgo ter uma preceção bem clara da situação, talvez mais clara do que aqueles que estão próximos em cima dos acontecimentos, quiçá, sofrendo com eles. Tudo isto a propósito do isolamento crescente de Dilma Rousseff. Sei que quando substituímos alguém carismático, a nossa visibilidade e afirmação, é sempre difícil. Lula foi o presidente que teve maior índice de popularidade no Brasil em determinada altura e isso não pode ser negado. A vinda de Dilma teria sempre o sabor duma substituição de menor qualidade. Mas o que está acontecer no Brasil, vai para além destes personagens, porque é uma luta maior num tabuleiro que é difícil ver na totalidade. Por vezes, o afastamento dos líderes parece ser a melhor das soluções, mas estes líderes terão que ser substituídos, e aí aparecem outros por vezes com razões que a própria razão desconhece. Há distância, temos a sensação de que se trata dum certo golpe palaciano, para um ajustamento de poderes na ótica da potência da região. O problema que se vê no Brasil é em tudo semelhante ao problema noutros países da América Latina, o que me deixa sempre desconfiado destas coincidências no tempo e na trajetória. Seja como for, tenho sempre a sensação de que todos são umas peças dum imenso 'puzzle' que, aparentemente com vontade própria, não será essa sua vontade que determina. "As massas são desprezíveis", quem disse isto foi o sinistro Hitler, e todos sabemos ao que conduziu. A América Latina tem, infelizmente, um percurso muito grande de instabilidade onde a democracia nem sempre desempenhou o papel principal. Temo que a História se esteja a repetir de novo. Acho que os brasileiros se sentem num labirinto sem saber para onde ir, embora haja outra gente que está a jogar este jogo e que sabe muito bem o desfecho de tudo isto. Com isto não pretendo ser crítico, cada país e o seu povo, devem ser livres de escolher o seu caminho. Só não gostava que esse caminho de sol radiante que os brasileiros pensam que estão a escolher, não se torne naquele outro de céu cinzento de chumbo e botas cardadas, como no passado ainda recente aconteceu. Desejo o melhor a esse magnífico país irmão que é o Brasil, mas espero que a sua população pense bem antes de se deixar instrumentalizar. O Brasil é e será dos brasileiros, mas que esses não sejam apenas as peças num tabuleiro de xadrez movidas por mãos invisíveis com fins inconfessáveis. Que o Brasil se erga e ultrapasse esta crise o mais rápido possível. Mas não a qualquer preço. É que há preços que são demasiado elevados quando a conta chega para pagar.

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