Turma Formadores Certform 66

Sunday, July 03, 2016

Um quarto de século sobre o desaparecimento do meu avô José

Um quarto de século já volvido e parece que foi ontem! Como o tempo passa inexorável, sem que dele tomemos a devida conta. Isto a propósito do meu avô materno e padrinho, - José de seu nome -, que partiu faz hoje vinte e cinco anos. Como, apesar do tempo decorrido, me recordo desse dia soalheiro de Julho, daquele fim de tarde já mais próximo do crepúsculo, em que ele me deixou. Sempre foi para mim uma referência. A minha educação devo-a a ele. Primeiro em casa, depois no acompanhar essa escada longa e sinuosa que me levou até ao topo de carreira. Como ele se empenhava, apesar da sua instrução ser básica. Como ele me impunha um ritmo de estudo, (que na época me parecia excessivo), e a quem devo o ter chegado onde cheguei. Mesmo nas minhas férias escolares, ele me impunha, diariamente, uma hora por dia para os meus estudos. Que ele me deixava de manhã antes de ir para o banco onde trabalhava e, quando as suas férias também chegavam, ele se encarregava de me lembrar essa obrigação que tanto me maçava, não percebendo então, que era para o meu bem. Assim, dizia ele, quando as férias cessassem e o regresso às aulas voltasse, nada teria sido esquecido, perdido na memória dos muitos dias de brincadeira. E tinha razão. Só mais tarde, pude apreciar esse seu esforço e de como ele foi importante para a minha formação. Celebra-se hoje os vinte e cinco anos da sua partida. Mas as memórias vão permanecendo e, enquanto elas por cá viverem, ele estará comigo. Aqui bem perto sempre com o seu aconselhamento, o seu rigor. Esse rigor que dele herdei e que, ainda hoje, pauta a minha vida em tudo o que faço. Coisas que ficam, ensinamentos que permanecem. Vinte e cinco anos depois, quantas memórias tenho dele. De coisas importantes a pequenos nadas, porque ensinou-me a tudo dar valor. Valor que nos faz seletivos na vida. E outros valores - agora no plural - aqueles que fazem de nós homens de parte inteira, rigorosos e exigentes, buscando sempre a excelência, mesmo quando esta parece não ser necessária. Era assim o meu avô e padrinho, - José de seu nome -, esse grande símbolo da minha vida. A referência projetada em frente, naquilo que foi e continua a ser, a minha estrada da vida. Valores maiores e simples que hoje parecem 'demodé', mas que afinal são o alicerce básico e fundamental, perene e firme, da vida. Avô José, aqui me curvo à tua memória. À memória de um grande Homem. Aqui te agradeço tudo o que fizeste para que eu fosse um ser melhor, exigente e rigoroso. Por tudo isso te presto homenagem. Por tudo isto te estou grato porque a gratidão é devolver o amor a quem nos deu a mão. E foi isso que fizeste toda a tua vida. E eu não o esqueço. Lá onde estiveres, descansa em paz! 

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