Aí está o outono!...
Mais uma estação está prestes a chegar. Depois do verão de canícula que tivemos é o outono que se perfila para entrar. Fá-lo-á hoje pelas 15,21 horas segundo os especialistas. Também conhecido pelo equinócio de outono assinala o instante em que o sol, tal como o vemos a partir da Terra, cruza o plano do equador celeste, o que se verifica em setembro no hemisfério norte e em março no hemisfério sul. O outono do hemisfério norte é o "outono boreal" enquanto o outono do hemisfério sul chama-se "outono austral". Esta é uma das épocas de que mais gosto. É no outono em que o espírito romântico é mais prolixo. Escritores, compositores ou mestres de outras artes, coincidência ou não, é nesta época que têm o seu maior poder criativo. Não que me compare a nenhum desses vultos das artes e da cultura mas, talvez pela minha índole mais romântica, é no outono que me sinto melhor. É também o tempo mais propício às depressões para quem delas tem sofrido, mas é no campo dos sentidos que ele é mais interessante. Tive um grande mestre nos meus tempos já longínquos de estudante que dizia que 'era no outono que a criatividade tinha maior expressão, foi nela que se criou aquele caldo que viria a dar o romantismo, nas suas mais variadas vertentes'. E dava como exemplo, Balzac ou Eça, Hugo ou Camilo, ou então, Beethoven, Schubert ou Schumann. Talvez por isso, por essa benéfica influência, ou pelo meu lado mais nostálgico, o outono assumiu sempre a minha preferência. Desde jovem e, por maioria de razão, agora que muitos anos já passaram, ele tem mais expressividade. Porque existe uma época para tudo e quando temos mais idade, são as memórias que vão ocupando os espaços. As recordações doutros tempos pelo que de grato nos trouxeram, ou tão só, na tentativa vã de corrigir aquilo que não fizemos tão bem assim. Seja como for, e filosofias à parte, é no outono que me revejo com mais esplendor, com mais pujança criativa, mesmo que essa criatividade assuma sempre o lado mais pesado e sombrio para a maioria das pessoas como é a ciência económica. Afinal ela também uma certa forma de arte sobretudo nos dias que correm. Pois ele aí está, indiferente às nossas preferências, o outono dará o seu passo em frente começando mais um ciclo. E por aqui ficará até 21 de dezembro, quando pelas 10,44 horas nos disser adeus. O ciclo interminável das estações, das vidas, dos anseios e frustrações de todos nós. O outono aí vem vestir as árvores com as suas novas roupagens, a cobrir o chão com as cores dum prenúncio de inverno que não tardará. Por agora, só resta dar as boas vindas ao outono, sem romantismos ou nostalgias. apenas porque assim é. Assim tem que ser.
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