O "Artista"?... (Continuação)
Por vezes, temos que brincar um pouco para dizer algumas verdades. O importante é não perder a linha orientadora. Nisso a minha profissão ajuda, pela exigência e rigor. Eu tento aprender com todos. Digo muitas vezes que, por eu ter tido oportunidade duma educação universitária feita em Portugal e no estrangeiro, isso não significa que seja mais do que ninguém. Por exemplo, quando olho para um trolha vejo nele um homem que sabe fazer coisas que eu não sei. Ele é doutor à sua maneira. O importante é que, façamos o que façamos, sejamos sempre bons naquilo que é a nossa profissão. Ser profissional sim, intelectual talvez, mas nunca ignorante ou medíocre. Há quem se preocupe com os bens materiais: casas, carros, contas bancárias. Isso é importante, sim, neste mundo em que vivemos. Mas para mim, para além disso, existe a inteligência e a cultura. Conheço gente que veste grandes marcas, que carregam sobre os ombros centenas ou milhares de euros, que até podem impressionar quem vê. Mas isso só dura o tempo em que abrem a boca. Digo que prefiro pessoas com opiniões, por vezes erradas e/ou controversas, do que pessoas que não têm opinião sobre nada. Aqueles a que eu chamo de medíocres e ignorantes. E olhem que eu conheço muitos. Alguns até com formação superior. Isso não tem a ver com o desprezo com que muita gente olha o seu semelhante. O meu pai era um homem simples. Não me pode ensinar grandes coisas, por isso mesmo, mas ensinou-me uma coisa muito importante, a ter horizontes largos. E como lhe estou grato por isso. Agora que tenho a minha afilhada Inês, tento inculcar-lhe aquilo a que chamo os três pilares da existência: 1. A solidariedade para com o seu semelhante, 2. O amor pelos animais, e 3. O respeito pela Natureza. Só assim ela será um ser de parte inteira. Caso contrário, nunca lá chegará por mais formação ou bens materiais que arraste atrás de si. Sei que é controverso tudo isto, mas é assim que eu penso.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home