Um mundo à beira do abismo
Sempre houve coisas estranhas e insólitas em todos os tempos. Fosse na Idade Média ou em tempos mais remotos, nunca deixaram de acontecer coisas degradantes produzidas pelo ser dito humano. Em tempos de antanho, tal era fruto duma certa iliteracia, como era costume dizer-se, mas hoje, onde até a escolaridade obrigatória vem ganhando espaço, parece que pouco mudou. E não pensem que me refiro só ao que se passa no nosso país. Noutras latitudes os exemplos que nos chegam são tão ou mais perturbadores do que aqueles que vimos por terras lusas. Vemos do outro lado do Atlântico um louco que não hesita em lançar bombas à toa, apenas para esbater a falta de apoio interno. Nos antípodas, vemos outro não menos louco que acha que o sua maior glória era uma guerra nuclear, não pensando que no fim, nem ele nem os seu apaniguados, sobreviveriam. Depois temos aqueles outros que não têm qualquer rebuço em lançar bombas químicas sobre o seu próprio povo, com o intuito apenas de salvar o seu regime moribundo. E outros, não menos insanos, que acham que a morte cega e bárbara será a redenção face a uma qualquer religião. Servidores de deuses que nem sequer entendem. Celebrantes da morte para quem a vida parece ser insuportável. Também vemos líderes de países altamente poluentes que dizem que vão inverter a situação e apenas vemos o nível de poluição aumentar mais e mais, com todo o cortejo nefasto sobre o degelo dos pólos que pode ser o 'armagedon' num futuro mais ou menos próximo. E nem vale a pena recuar mais no tempo porque este nosso mundo sempre viu alguns loucos a dirigirem nações, a fomentarem guerras, a incentivarem a criação de armas cada vez mais mortíferas e devastadoras, num cortejo de horrores donde ninguém sairá vencedor. Esse sempre foi o destino duma Humanidade que se auto destrói desde o dia que apareceu sobre este planeta. Por cá, como país mais pequeno, temos problemas menores, mas mesmo assim problemas. Desde claques irresponsáveis que desejam que os adversários entrem num voo fadado ao desastre, até outros, - claques organizadas ou não, vai dar ao mesmo -, de festejarem mortes de adversários noutros tempos. Se o mundo do futebol sempre foi um mundo de gente, na maioria dos casos, limitada e fanática, tal não pode servir de desculpa para esta gente que mais se assemelha a uma estrumeira. Pior, porque o estrume ainda aduba a terra e esta gente nem para isso serve. Mas não pensem que é só ao nível tão básico desse desporto chamado de 'rei' que vem todo o mal. Para além do desporto (que devia ser uma forma salutar de vida, bem longe da indústria corrupta que é hoje) há muitos indicadores desta maneira sempre básica de se parecer o que se não é. E, na maioria dos casos, para se ser alguma coisa daquilo que se queria ser, não se olha a meios. Daí a corrupção sem fim, o lançar-se mão de todos os meios - legais ou não - com o intuito de se atingir aquilo que a vida não nos deu. Porque o ser-se defensor de causas para muitos não chega. O importante é o sucesso rápido e público para satisfazer o ego de alguns. E que pequeno ego tem essa gente sem disso dar conta! E assim vamos caminhando para o abismo. Um abismo que ainda teimamos em não ver, embora os sinais estejam aí cada vez mais visíveis. Neste mundo de loucos onde o apocalipse está ao dobrar da esquina, é altura de nos perguntarmos que espaço existe para o comum dos mortais. Gente que apenas quer viver a sua vida tranquila, sem sobressaltos, nem contrariedades. Gente de causas, sejam em prol do seu semelhante, dos animais ou da natureza. Mas mesmo estes, não podem deixar de estar atentos ao que se passa em seu redor. Atentos aos sinais que cada vez são mais perturbadores. Para que depois não sejam vítimas sem que disso se tivessem apercebido. Um mundo louco e de loucos. Uma galopada para o abismo, desenfreada, que poderá já não ter retorno.
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