Intimidades reflexivas - 1194
"Morra quem, amando tanto, mereceu tão pouca dita. Morra quem, idolatrando, só recebeu desdéns e mentiras. Socorre-me, Senhor, no transe mais penoso, livra-me da tormenta da minha alma. É delito grave preferir o mortal ao infinito. O que nasce em luz, fenece em fumo. Tudo na vida é pó, é nada; e menos que nada a minha vida. Antes que de desprezada, quero morrer de esquecida. Senhor, já não és Tu quem guia o voo da minha pena. No oratório não é para Ti que voam os meus pensamentos. Olho o Teu corpo na cruz e não é a Ti que eu vejo, nem ao Teu sofrimento. É o meu corpo nu e lacerado que está cravado no lenho. Sou eu a crucificada. A carne mortificada, ansiando ressurreição." - Soror Violante do Céu (1601-1693)
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