Turma Formadores Certform 66

Friday, August 24, 2018

4 anos depois...

4 anos depois, a mesma dor, a mesma saudade, a mesma memória. 4 anos depois, ainda os ecos do teu desaparecimento. Era uma tarde de domingo, quando já com  dificuldades, nos procuraste e ao teu filho adotivo Nicolau. Deitaste-te no relvado no teu lugar predileto. Todos te rodeamos. Estava quente o dia. Colocamos um guarda sol para te abrigar do calor. Por lá ficamos um par de horas. O Nicolau curiosamente - ou talvez não - nunca dali saiu, cabisbaixo e triste. Percebemos que estava para acontecer o fim. Para ti era uma libertação depois do muito que sofreste. (Toda a tua vida foi um enorme sofrimento. Desde o dia que foste abandonada ainda jovem, do muito que sofreste na rua, até àquele em que te resgatamos). Foste uma mãe extremosa - embora adotiva - para o Nicolau. Foste tu que o criaste. Depois a doença, os tumores, o cancro. O tratamento que tivemos que te fazer quando até os orgãos internos eram visíveis através do buraco que se abriu no teu corpo. Mas conseguimos fechá-lo e tu, sempre uma guerreira corajosa, lá continuavas como se nada fosse. Mas um dia tudo teria um fim. Tudo tem sempre um fim. E naquele dia que te deitaste no teu lugar preferido era para o teu ocaso. Deite água, bebeste com  sofreguidão e tombaste para o lado. Era o teu fim. Nunca esqueceremos esse dia, faz hoje 4 anos lá mais para a tardinha. O Nicolau assistiu a tudo. Acompanhou-te sempre. Depois foste sepultado no teu lugar predileto. Ele viu e rezou a seu modo. Durante meses, todas as manhãs, o Nicolau ia em romagem à tua sepultura como um ritual para começar o dia. Por ali ficava triste. Depois, também ele está a envelhecer e a doença a atacar. Aos poucos deixou de cumprir este ritual. Embora, de vez em quando, ele lá vá, por lá fique algum tempo e se afaste cabisbaixo. Tal como o Nicolau, também nós sentimos a tua perda. Passado todo este tempo ainda parece que escutamos os teus ruídos em casa, o teu odor, as tuas passadas decididas. Por que o amor é assim, quando sincero, dura para além da vida. E o amor que sentíamos por ti era um amor desses sem reservas ou constrangimentos. 4 anos depois a tua memória preenche-nos a todos. Eras um ser magnífico, forte, determinado. Uma daquelas vidas que dão glória à própria vida e como eras terna para connosco. 4 anos depois aqui estamos a homenagear a tua memória, uma memória forte, como forte tu eras. 4 anos depois apenas temos que te dizer que nunca te esqueceremos enquanto por cá andarmos a gastar o tempo das nossas vidas. 4 anos depois só queremos pensar que, lá onde estiveres, que estejas bem e que tenhas encontrado o merecido descanso do muito que viveste e sofreste. 4 anos depois só te queremos dizer que esperamos que estejas em paz! Descansa em paz, Tuxa! Jamais te esqueceremos. Estarás sempre no nosso coração.

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