O 7º aniversário da Inês
E já está! Sete anos passaram como se um milionésimo de segundo tivesse expirado. Já sete anos e parece que foi ontem que tive a minha querida afilhada Inês nos meus braços com aquele brilho luminoso com que me sinalizou desde a primeira hora, com aquele sorriso largo que era quase um prodígio vindo duma criança que tinha apenas umas escassas horas de vida. Mas foi assim, podem crer que foi assim mesmo, e aqui o quero proclamar ao mundo. Uma criança frágil, indefesa, tinha entrado neste mundo louco. Silenciosamente, com a ternura que qualquer ser recém-nascido inspira, mas com a firme convicção do seu espaço. Senti isso nessa altura, aquele fogacho de alguns instantes em que tudo acontece sem que tenhamos capacidade para o suster, até talvez, para o interpretar. Sete anos passaram e a Inês foi-se aprimorando, foi-se tornando cada vez mais bela, alegre e feliz. A mais bela flor do meu jardim de outono virou um verdadeiro ser de luz. Como é bom ser-se criança quando vivemos no meio da felicidade, sem termos que começar desde muito cedo a luta por um lugar ao sol. A Inês vive num mundo ainda cor-de-rosa como cor-de-rosa é a sua cor preferida. Sempre que vem visitar os seus padrinhos é como uma lufada de ar fresco, com aquela luz quente e suave que é bálsamo para os velhos que já somos. Podemos estar adoentados, podemos estar tristes por qualquer razão, mas a Inês tem o condão de chegar e alterar tudo isso. Colocá-lo de lado e fazer com que a alegria, o otimismo, a boa disposição ocupem o lugar antes ocupado pela tristeza ou pelo desânimo. Sete anos volvidos e cada dia a Inês é como aquela flor que exposta ao sol se torna cada vez mais bela e perfumada. Poderão dizer que isto não passa de verborreia digna de velho e babado padrinho. Mas podem crer que assim é. Porque a amo muito porque ela sempre será o farol luminoso da minha vida. Tudo de bom lhe desejo do fundo do coração. E só espero que aquela luz de à sete anos atrás continue a brilhar na sua vida, para que seja capaz de iluminar o que restam dos passos dos seus padrinhos neste mundo, para ser o calor que aquece a nossa velhice e, sobretudo, para que seja o clarão que iluminará o seu percurso na vida. Quando converso com o transcendental sempre lhe peço que à Inês seja concedida uma estrada da vida bem larga, plana o mais possível com o mínimo de escolhos, e de veredas verdejantes para abrilhantar o seu caminho. Sete anos passaram e parece que foi ontem em que a felicidade reentrou na minha vida pela mão improvável duma criança. Só espero que ela um dia perceba o amor que lhe temos e que sempre estivemos com ela ao longo do percurso que nos foi concedido acompanhá-la. E aqui lhe deixo singelas estas palavras, lágrimas de tinta que o papel ensopa tentando captar a curva da gota de orvalho na ponta de uma folha outonal. E entretanto, sete anos passaram... Feliz aniversário, Inês!
0 Comments:
Post a Comment
<< Home