Turma Formadores Certform 66

Thursday, December 06, 2018

A Rosita desapareceu de novo

Desde à vários dias que a Rosita desapareceu de nossa casa. A última vez que estive com ela foi no passado domingo. Embora não sendo nossa - será que não é? - a Rosita, aliás Mariana (embora cada vez mais Rosita do que Mariana) por cá ficava e já fazia parte da casa. É certo que andava um pouco triste com ela porque volta e meia lá aparecia com um outro ser na boca, por vezes ainda vivo, como um troféu. (Chegamos a tirar-lhe alguns desses seres que ela apanhava para tentar dar-lhes uma segunda oportunidade). Mas sabemos que isso é parte do instinto do animal, predador por natureza tal como a nossa espécie. Contudo esta ausência vai doendo, porque existe uma espécie de vazio a que até o Nicolau - que não gosta nada dela - parece notar a falta, quanto mais não seja por andar a tentar persegui-la. Já não é a primeira vez que a Rosita desaparece, mas nunca aconteceu ser por tanto tempo. Preocupado com a situação, dirigi-me a casa da pretensa dona para lhe colocar a situação e ver se ela estaria por lá. Não estava, já tinha trocado aquela casa pela minha à muito, e foi com uma certa indiferença que me foi dito que enfim, talvez alguém tivesse ficado com ela pela sua meiguice. Vim a saber que afinal ela tinha vindo para essa casa ainda bebé fruto da morte da dona que tinha, que, ao que me disseram, morava perto das nossas casas, como vim a saber que a Maria - que sempre me foi dito ser a irmã da Mariana / Rosita - afinal não o é porque foi uma das suas filhas que a trouxe de Lousada e que nem a queriam aqui. De facto a indiferença, a maneira simples e ligeira com que se descarta um animal, será algo a que nunca me habituarei. Vim inclusive a saber que a Maria tem um tumor na barriga, mas como a operação é cara, fica assim e logo se verá! Esta indiferença perante os animais dói, pelo menos a mim. Já tinham sido varridos da casa, pretensamente porque faziam as necessidades lá dentro - embora as filhas me tivessem dito o contrário - retiradas para o exterior, num barraco onde existem muitos ratos que até lhes comem a comida, segundo a própria. Daí ela aparecer na minha casa com alguns que caçava vinda da sua. Confesso que tudo isto é um turbilhão de sentimentos que me avassala. Sobretudo fruto do desconhecimento da situação da Rosita. Se alguém ficou com ela, espero que seja feliz; se morreu, pois que esteja em paz; mas, o que mais me preocupa, é se está por aí em sofrimento sem que lhe possa valer. E isso aperta-nos o coração embora não nos considera-se-mos seus donos. A comida seca continua lá no sítio habitual e a respetiva água sempre mudada todos os dias, O paté aguarda por ela sempre na expectativa  de que apareça. Veremos se voltará ou não. É nestes momentos que me vem à memória a frase de Victor Hugo: "Quanto mais conheço os homens mais gosto dos animais". E ele bem sabia porquê... tal como eu.

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