Turma Formadores Certform 66

Tuesday, March 24, 2020

A crise para além do coronavírus

A chegada desta pandemia do coranavírus para o nosso país veio alterar profundamente a vida de todos nós. Desde logo o medo que assola as populações, depois o decretar dum estado de emergência (que me deixou dividido) e que o governo teve o bom senso de amenizar não deixando, dentro do possível, que a economia pare. Mas ela pode não parar totalmente, - como creio que assim será - mas terá repercussões enormes no tecido empresarial português. Desde logo o manter fechadas determinadas empresas pode ser uma machadada importante. Porque se há empresas que têm estrutura financeira para o suportar, outras há que não o poderão fazer. A primeira e mais gravosa consequência será a perda de postos de trabalho e o consequente aumento do desemprego. Mas se algumas empresas não poderão evitar essa situação, outras irão aproveitar-se dela para ajustar os seus efetivos sem que para isso tenha que ter grandes custos invocando a situação de exceção porque estamos a passar. Tudo isto terá consequências graves na economia portuguesa com consequências ainda imprevisíveis. Corremos o risco de perder - talvez duma força irreparável - tudo aquilo que foi a recuperação dos últimos anos que estava a acontecer duma forma sustentável. Mas julgo que também poderemos estar num certo ajustamento à nossa vida e consequentemente à economia sem que disso tenhamos a perceção. Já é mais ou menos claro que esse mudar do eixo está a acontecer noutros países e por cá, estou certo, iremos assistir ao mesmo. Depois da crise sanitário teremos a nova crise económica sem dimensão à vista que criará uma certa forma de nos relacionarmos uns com os outros. Obviamente que os mais vulneráveis, - desde logo os mais pobres e/ou os mais idosos -, serão as vítimas primeiras onde haverá um maior impacto. As chamadas franjas invisíveis da sociedade. Se a crise sanitária nos deve deixar preocupados, a crise económica emergente não nos deve tranquilizar de todo. Temos vindo a assistir a estes ainda poucos dias de recolhimento, que a maneira de trabalhar e de interagir mudou radicalmente, o que pode (e vai com certeza) levar a uma nova realidade do mercado de trabalho funcionar. Só a título de exemplo, digo-vos que o teletrabalho que tanto se fala hoje, já é moeda corrente em muitos países da Europa mais evoluída e EUA. Por cá ainda não era considerado, mas a partir de agora está aberto o caminho para uma nova realidade. Algo para refletirmos nestes tempos de recolhimento e nos irmos preparando - e sobretudo mentalizando - que, depois do coronavírus nos deixar, nada será como dantes.

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