No meio duma guerra de proporções mundiais
Estamos a viver uma situação em tudo semelhante a uma guerra de proporção mundial. Um vírus - talvez criado em laboratório ou não - que porventura dele se tenha escapado - intencionalmente ou não - que anda a dizimar o mundo qual cavaleiro do Apocalipse. Todos sabemos isso, todos sentimos isso nosso dia a dia. E é sobre isto que vos quero falar. Antes que venham os apaniguados do costume a terreiro, faço desde já, a minha declaração de interesses. Não sou um defensor deste governo para o qual não contribui com o meu voto. Isso não significa que não tenha admiração face à situação que vivemos e à sua atuação. (Este é o momento da união entre todos e não dos interesses mesquinhos de alguns, sejam pessoas ou grupos). Mas dele gostaria de destacar aqui a figura duma jovem ministra que nunca pensou ver-se em tal situação, refiro-me a Marta Temido, (pessoa que não tenho o prazer de conhecer, embora quem sabe se algum dia isso acontecerá). Uma jovem com um perfil fantástico, muito bem preparada para o cargo mas que, seguramente, nunca pensou ver-se em tal. As pressões sobre os ombros de quem lidera cargos públicos é enorme - sei-o bem por experiência própria - e isso ainda faz com que a admire mais. (Treinadores de bancada existem muitos até demais e gostaria de ver alguns com este cargo para ver o que faziam.) Apesar de tudo o que está a acontecer e ela ter mantido a serenidade e o discernimento bem elevado e isso joga a seu favor. Porque quem critica, normalmente fá-lo por questões políticas e não tanto no interesse de quem quer que seja. Veja-se o caso do Natal. Toda a gente fala da abertura relativa no Natal, mas esquecem-se que foi aprovada por todos os partidos na Assembleia da República, partidos que hoje criticam a situação como se nada tivessem a ver com isso. Outro caso é o da restauração que está a passar um momento bem duro e a quem a abertura natalícia deu muito jeito mas, mais uma vez, aqueles que defendiam então uma abertura para os restaurantes, - que então estavam a fazer greve de fome em frente à Assembleia da República -, são os mesmos que agora acham que nada deveria ter sido feito. Uma hipocrisia bem maior do que a pandemia que assola o mundo. Depois temos os líderes das ordens profissionais, nomeadamente dos médicos e enfermeiros, que ostentam uma postura mais de líderes políticos com interesses bem definidos do que líderes de ordens e o seu contributo para a situação tem sido mais que nulo, já não falando nas contradições. (Ambos membros do PSD e com ambições políticas claras e bem definidas). Em todo este emaranhado, surge a figura pequena e franzina de Marta Temido a ministra da Saúde. Por vezes com as suas quebras - quem as não tem - mas sempre assertiva e determinada ela lá está no seu posto a fazer o melhor que pode. E admiro-a por isso. Quando chegou ao cargo nunca pensou ter que lidar com uma situação destas, situações que certamente ninguém desejaria a começar por ela. Mas Marta Temida assumiu e está firme e isso é algo que faz com que a admire dia após dia. Marta Temido tem um trabalho colossal no seu ministério, avassalador com pressões esmagadoras e não é fácil tomar decisões - aquelas que todos acham que são fáceis porque estão de fora a mostrar a sua inutilidade - mas ela, alheia a isso, vai remando. Se há erros, com certeza que sim, quem os não comete, mas é sempre preferível errar a tentar fazer o melhor do que não fazer nada para não errar. Marta Temido é dessas pessoas por isso a admiro. Um dia mais tarde, quando tudo isto terminar, alguém se há de lembrar dela e reconhecer-lhe o trabalho feito. Eu não preciso de esperar tanto. Conheço bem os meandros do meio para ter ilusões. Por isso aqui estou a assumir o meu apoio a esta jovem ministra que bem dele carece e merece.
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