Feliz Páscoa!
Feliz Páscoa! Aleluia! É o pregão que se ouve hoje pelas ruas e dentro das casas. Mas para que esta Páscoa seja feliz outros seres foram sacrificados em troca de alguns momentos passados à mesa. Se celebramos a Ressurreição dum ser humano que foi submetido às maiores torturas e sujeito a uma morte infame, não podemos esquecer aqueles que foram sacrificados a uma morte não menos infame para que a mesa de alguns seja farta. Seres sensitivos como tu e eu, que morreram sem saber porquê às mãos de outros algozes que passam a sua vida a tirar a vida a outros seres nossos companheiros da jornada da vida. Esta vida que é um mistério, mas também é gloriosa, a quem todos deveriam ter direito. Estes pobres seres não tiverem direito a ela. Esta é a contradição da Páscoa porque sempre achei estranho celebrar um renascer para uma nova vida com o ato de tirar a vida a outro. Mas o ser dito humano tem destas contradições. E assim continuaremos a fazer até que a nossa capacidade cognitiva evolua. E como ela tem evoluído tão lentamente! Será que alguém, enquanto estiver sentado à mesa a empanturrar-se de comida, se lembrará disto? Quase de certeza que não. Serão poucos os que o fazem. E esses não comem cadáveres de outros seres que viram negado o sei direito à vida. E, entretanto, o mundo continuará a girar indiferente a tudo isto. E nós que batemos no peito em atos hipócritas de contrição, continuaremos a ser os mesmos. Hipócrates. Uma boa Páscoa para todos!
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