Saudades eternas
A minha enorme galeria de ausentes começa o seu ciclo anual precisamente neste dia 22, o dia do falecimento da minha avó materna e madrinha, Margarida. Já lá vão 32 anos sobre aquela tarde soalheira de Janeiro quando recebi a notícia do seu falecimento. Da minha avó guardo sempre aquele encanto de uma mulher de baixa estatura, mas duma força anímica enorme. Ela foi o meu pilar durante muitos anos, sempre com aquela determinação de quem olhava a vida nos olhos e dela nada temia porque se sentia vencedora. A ela devo muito, desde o apoio na minha meninice, mas também mais tarde, já adulto ela era a pessoa que me incentivava quando algo de menos bom acontecia. Sempre positiva, sempre otimista, sempre forte, a minha avó Margarida era aquilo que se costuma chamar de 'força da natureza'. Onde ela estava parece que os problemas que pudessem existir se resolviam duma forma simples. A minha avó foi durante muitos anos a minha confidente, - sendo mais tarde substituída pela minha mãe -, quando ela começou a mostrar as suas fragilidades. Um dia partiu. Tudo foi muito rápido como parece ser apanágio da minha família. Assim, quase sem aviso. Depois de curta enfermidade, precisamente no dia em que parecia que estava a melhorar, ela partiu. Deixou um vazio enorme na minha vida. Muita coisa mudou desde esse dia. (Se é certo que não há pessoas insubstituíveis, também é certo que algumas são mais difíceis de substituir que outras). A minha avó foi uma dessas pessoas porque é difícil substituir alguém com a força interior que ela tinha. 32 anos passaram desde esse fatídico dia. As saudades ainda por aqui andam. Saudades que serão eternas enquanto a vida me deixar andar por aqui. Lá onde estiveres que estejas em paz, avó Margarida! (PS: A foto que reproduzo foi tirada em Santa Maria da Feira contava eu cerca de 7 anos. Aqui estou a passear com ela num daqueles passeios escolares que na época se organizavam.)
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