Turma Formadores Certform 66

Monday, March 07, 2022

Economia de guerra - II

A guerra que a Rússia moveu à Ucrânia parece não ter fim à vista. É algo transversal a todas as guerras, sabemos quando começam mas nunca sabemos quando acabam. Para além da Ucrânia esperemos que a guerra não se torne numa nova guerra mundial, - a terceira -, ou mesmo numa situação mais limite, um verdadeiro holocausto nuclear. E a um holocausto nuclear poucos serão os que sobrevirão (se é que alguém sobreviverá). Mas para além da questão bélica e política - que andam próximas uma da outra - existe uma crise monumental ao nível económico-financeiro. Hoje estamos face a um brutal aumento dos combustíveis, e é do conhecimento geral, que quando se mexe nos combustíveis tudo vem por arrasto. Ainda ontem um amigo meu que é proprietário dum café me dizia que terá que aumentar os preços caso contrário não poderá continuar aberto. As farinhas já lhe são entregues bem abaixo da quantidade encomendada resultado da atualização de preços que virá já aí. Mesmo o mais básico como o pão dificilmente se manterá ao preço atual. Depois será a energia, o gás, e logo a seguir os transportes. E tudo o resto será por arrasto. Quanto mais este conflito durar - mesmo mantendo-se confinado ao território ucraniano - maior e mais profunda será a crise económica e financeira. E não será para um ou outro país mas será algo a nível mundial. Voltaremos a décadas já longínquas, algo bem parecido com o que aconteceu nos anos 40 do século anterior no final da II guerra mundial. (Assistimos a fugas maciças que apenas víamos no cinema mas que são agora uma triste e dramática realidade). O FMI não pôde continuar em silêncio e já veio a terreiro informar o que por aí pode vir caso este conflito se prolongue no tempo. (Mesmo as sanções aplicadas à Rússia terão um retorno - o chamado efeito boomerang - para o resto do mundo e essencialmente para a Europa). Estaremos em breve próximo daquilo que é uma economia de guerra que levará muito tempo a ultrapassar. As dívidas soberanas dos países tenderão a aumentar muitíssimo em todos os países em geral e será mais profunda nas economias ditas periféricas. O mundo está suspenso do que virá. O mundo está à beira do caos. O mundo está expectante. O mundo está muito preocupado e o caso não é para menos. Temos que nos preparar para o que por aí vem. E rapidamente.

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