Três anos depois resta muita saudade
Cumprem-se hoje três anos sobre a morte do meu querido companheiro Nicolau. Dirão que era apenas um animal, mas para mim era bem mais do que isso. Valia muito mais do que muito ser dito humano que conheço. Forte e determinado, personalidade vincada, amigo carinhoso e terno, o Nicolau era um misto de muitas coisas. Desde bebé mostrou essas caraterísticas, desde aquele dia longínquo em que foi abandonado durante a noite à minha porta por um desses seres dito humanos que valem menos do que lixo. Debaixo de forte temporal, chorou toda a noite. De madrugada bem cedo vim ver o que se passava e encontrei-o debaixo dum carro abrigado, todo encharcado. Era véspera de Natal e nem isso fez com que esse lixo social o tenha abandonado em condições tão extremas. Ele veio e ficou. Apossou-se do meu coração no momento em que peguei nele ao colo e ele me olhou, olhos nos olhos. Percebi que tinha um companheiro para o resto da vida. Muitos queriam ficar com ele. Até já tinha uma casota e uma corrente prometida. Mas ele nunca mais deixou de ser o meu bebé grandalhão que impunha respeito a quem vinha a minha casa. Hoje passam três anos do seu desaparecimento depois de dezasseis anos e meio de companhia. Morreu junto de mim com as lágrimas a correrem-lhe pelos olhos. Com pena de deixar a vida, ou de deixar os donos que tanto o amaram, ou as duas coisas. Hoje estará no país do arco íris onde quero acreditar que todos os animais são felizes longe da bestialidade humana. Neste dia resta a memória. Uma memória funda e vincada. Há seres que nos marcam. Há seres que se intrometem na nossa vida e ficam para sempre. O Nicolau foi um desses. Lá onde estiveres que estejas em paz, Nicolau!
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