Que inflação anda por aí?

Todos nós já sentimos o aumento dos preços na nossa carteira. Antes era devido à guerra, depois motivada pela inflação e agora talvez o seja pelas duas. (Parece que estou a rever os tempos em que ouvia a minha avó falar da guerra, - e ela passou pelas duas guerras mundiais -, e da dificuldade que se tinha para arranjar algo tão básico como o pão.) Mas aí a situação era geral e de monta, coisa que agora não é tanto assim. Mas antes de avançar é preciso esclarecer o que é de facto a inflação. Duma maneira muito básica diria que é o excesso de moeda em circulação. Parece uma bizarria mas é assim. Os preços sobem porque à dinheiro para os mesmos serem adquiridos. O dinheiro existe o que está é, porventura, mal distribuído. Mas este fenómeno inflacionista que estamos a viver por toda a Europa tem algo de muito particular, esta é uma inflação do lado da oferta e não da procura. Por isso vamos vendo que embora a inflação vá diminuindo (ainda que lentamente) os preços não param de subir. Os bens essenciais são os mais atingidos e aqueles que fazem mais mossa nas populações, sobretudo a mais vulnerável, fenómeno que está bem claro sempre que vamos às compras. Os super e hipermercados, que sempre funcionaram numa espécie de cartel, acabam por impor o padrão a coberto dos custos de distribuição ou outros duma forma cabotina e despudorada. A reação de alguns dirigentes das grandes superfícies face à fiscalização imposta pelo governo é disso exemplo. Quem paga somos todos nós e quem mais sofre são sempre os mais vulneráveis. Dado o ciclo lento que esta apresenta parece que a vamos ter por cá ainda durante algum tempo. E quando ela estiver mais controlada os preços que então subiram não irão descer, o que acontecerá é que pararão de subir. Assim se entrará num novo padrão de preços face àquele que tínhamos antes. O aumento dos juros por parte do BCE vai no sentido de a controlar, embora seja uma medida pouco pacífica e controversa. Mas disso falarei noutra altura.