35 anos de memória
Passam hoje 35 anos sobre o falecimento da minha avó e madrinha Margarida. Foi uma verdadeira mãe para mim. Vivi com ela desde a nascença até à sua morte há 35 anos atrás. Foi a minha inspiração na vida. Mulher simples mas determinada, de forte querer, foi com ela que aprendi muito do que levei para a vida. Como bem me lembro daqueles dias em que me levava e me ia buscar à escola. Do lanche que me preparava com tanto carinho. Fizesse sol ou chuva ela lá estava ao meu lado como sempre. Da minha casa à escola ditavam cerca de dois quilómetros que se faziam a pé porque nessa altura poucos tinham carro e os transportes públicos eram escassos e não iam naquela direção. E esta minha avó fazia isto seis vezes ao dia sem temor porque ela era a matriarca, de certo modo, uma segunda mãe para mim. Sempre a força inspiradora, foi com ela e o meu avô, que definiram o meu futuro. O futuro que percorri durante uma vida de que muito me orgulho. Sempre tentei não os desiludir e penso que consegui. Ainda viu o culminar da minha carreira académica e foi talvez nesse dia o seu verdadeiro apogeu. A sua epifania. 35 anos depois do seu desaparecimento as suas memórias brotam sobre mim em torrente porque ela foi uma daquelas mulheres que se foram libertando da morte por aquilo que foi, pela forma como o transmitiu a mim. O seu legado está aqui presente, na primera pessoa, eu mesmo. Obrigado avó Margarida nunca te paguei aquilo que fizeste por mim. E tanto foi. Lá onde estiveres que estejas em paz!
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