6 anos volvidos
Passaram 6 anos e parece que foi ontem que o meu querido Nicolau partiu. Sempre tive cães desde menino e a todos venero, até ter conhecido o Nicolau que percebi que fecharia o ciclo. Ele foi o último porque sempre me incomodou deixar um animal para trás quando chegasse a minha hora de partir. Quando já começamos a ter alguma idade é natural que pensemos em tudo isso, daí o Nicolau ter fechado o ciclo dos cães que povoaram a minha vida e que fizeram de mim um ser melhor. O Nicolau marcou-me muito porque fui eu que o resgatei à rua ainda bebé, deixado para morrer debaixo dum enorme temporal. Ouvi-o chorar toda a noite, mas pensei que fosse em casa de alguém, afinal era véspera de Natal e poderia ser uma prenda para alguém. Quando me levantei bem cedo como é meu hábito vim à rua e dei com ele debaixo dum carro todo encharcado. Não fiquei indiferente, levei-o para casa, e ele olhou-me fundo nos olhos e eu percebi que ficaria comigo para sempre. Depois dum banho morno, veio a refeição e logo foi dormir junto daquela que viria a ser a sua mãe adotiva, a Tuxa, que o amou profundamente até ter chegado a sua hora. Mas o Nicolau ainda ficou, sempre com o seu mau feitio, que não impedia que a sua meiguice se revelasse. Durou dezasseis anos e meio e morreu junto a mim, neste dia, precisamente à 6 anos. Jamais o esquecerei porque estes seres marcam-nos profundamente. Quando lidamos com eles desde a infância, começamos a percebê-los, quase que somos capazes de dialogar com eles. E assim foi com o Nicolau. Um ser nobre que impunha respeito a quem vinha a minha casa. Um ser lindo. O meu companheiro de muitas jornadas. Hoje passam 6 anos sobre o seu desaparecimento mas a memória continua bem presente. Descansa em paz, Nicolau!
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