Turma Formadores Certform 66

Monday, June 02, 2025

O lado negro dos 'reality-shows'

É sabido que não sou seguidor destes subprodutos televisivos. Da novidade passou à saturação num programa onde o vale tudo é a palavra de ordem. Basicamente poderia dizer que quem é mais agressivo, mais malcriado, mais arruaceiro, mais básico, normalmente ganha. É isto que o povo quer, é isto que o povo gosta. Parece que o aumento do nível de escolaridade apenas serviu para nivelar a mediocridade em vez de elevar o conhecimento e a boa educação da juventude. Mas se tudo isto já era o suficiente para me afastar de tais espetáculos, a situação ainda é mais caótica quando a somar a tudo isto, - e como se fosse possível -, ainda se soma uma verdadeira dose de pura ignorância. Circulam aqui no ciberespaço alguns vídeos que são autênticos momentos hilariantes se não fosse triste aquilo que mostram. Num deles aparece uma jovem que, ao que parece, até tem alguma formação, a questionar o que significa 'faísca'! Sim, ela não sabia de todo. Uma outra que não se cansa de dizer que não pode falar com determinada pessoa porque essa pessoa (bastante mais culta) utiliza termos que ela desconhece e que nunca ouviu falar! Outra que tem as janelas da casa tão sujas que mal se vê para fora, o assunto só é resolvido quando a mãe vem... uma vez por ano. O despudor disto tudo é inacreditável. E não pensem que me refiro apenas a este que anda por aí. Se virem alguns vídeos de momentos tão absurdos como estes que aqui trago, em programas anteriores, verão que afinal nada mudou. Vinte anos desta programação é exagerado, mas ela só existe porque há pessoas a ver, que se reveem em programas que não passam de lixo televisivo. Tudo isto é demasiado básico para que se fique indiferente. Mas não é só entre nós. Infelizmente este tipo de coisas andam por aí noutras latitudes. Talvez alguns recordem de à uns anos atrás, num 'reality-show' que, - se não estou equivocado -, se realizava em Angola, onde um dos concorrente foi afastado por violar uma jovem dentro do programa. Acontece que o violador era uma figura pública do meio artístico que até deve ter beneficiado da situação, e a violada, uma rapariga comum, apenas fica com a parte sombria da história e o aguilhão da populaça. Isto é o lado negro deste tipo de programas. Se há quem defenda que é um bom momento para análise comportamental em grupo, o certo é que na prática, ninguém está atento a isso, mas sim aos gritos, insultos, mexericos e por vezes agressões. Mas continuo a dizer que programas deste tipo apenas existem porque há quem os consuma, caso contrário, já tinham sido retirados.

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