Turma Formadores Certform 66

Thursday, May 29, 2025

Nossa Senhora da Hora uma romaria destruída

Os meus passos levaram-me hoje à Senhora da Hora. Afinal hoje é o dia da padroeira naquela que já foi uma festividade de referência. Lembro-me de ainda menino bem pequeno ir a esta festa. A família do lado materno era de lá e esta visita era obrigatória. Assim se foram colecionando memórias ao longo de mais de seis décadas. Desde a alguns anos esta festa foi entrando em declínio. Hoje não tem praticamente nada. De feirantes nem vê-los, apenas alguns carroceis. Para minha surpresa aquela que é hoje a Igreja da vila estava fechada. Só lá mais para o meio dia abrirá portas. A Igreja antiga, a que agora chamam capela, estava aberta e é esta que me motiva a por lá passar. Nela se casaram os meus pais e nela fui batizado. É lá que estão as memórias profundas dos meus ancestrais e da minha meninice. Cada vez mais esbatidas pelos anos acumulados mas ainda com aquela perceção de que muito mudou e não foi para melhor. No programa dos festejos era indicado para o dia de hoje a inauguração das obras nas Sete Bicas. Passei por lá e fiquei atónito. Aquele lago central que fazia as minhas delícias desde criança com os seus cisnes, foi reduzido quase a metade e os cisnes desapareceram. Essa referência da minha meninice já lá não está substituída por um pertenço arranjo arquitetónico com ares mais modernistas, daquele modernismo bacoco porque sem identidade e criatividade. E assim se vão destruindo memórias dum tempo outro. Assim se vai transformando uma grande romaria num circo que à noite é ocupado por jovens marginais que espalham a desordem e o terror no lugar. Afinal sinal destes tempos que são os nossos. Há muitos anos atrás ouvia dizer que um padre que por lá passou teria começado a destruir estas festividades. Não sei se foi assim ou não. Mas se assim foi, parece ter deixado alguns seguidores que lhe vão cumprindo a demanda.

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