Descansa em paz, D. Laurinda!
Soube à minutos pelo seu neto Ricardo que faleceu uma das figuras que me habituei a ver desde muito criança. Trata-se da D. Laurinda, figura icónica dum tempo outro já lá vão mais de seis décadas. A D. Laurinda era bisavó da minha afilhada Inês. Morava numa casa ao lado da dos meus avós paternos, a mesma que hoje habito. Desde ainda criança me habituei a ver esta figura que passou a fazer parte do meu imaginário. E quando se é ainda criança essas coisas assumem um relevo muito importante. Ela e o seu marido António, que já à muito partiu, eram referência desta criança acabada de chegar a um mundo que lhe era estranho vindo dum meio bem diferente. Mas as crianças têm essa capacidade de adaptação que os adultos nem sempre são capazes. E era ver a D. Laurinda, fizesse chuva ou sol, vir do trabalho na sua bicicleta, juntamente com uma das filhas, todas as tardes. Trabalhou muitos anos na Lionesa, saía bem cedo para o trabalho para cumprir o turno que lhe estava destinado. Dela guardo essa convivência duma pessoa que sempre teve uma boa relação com os meus avós, mais tarde com os meus pais, e mais recentemente comigo, quando decidi regressar à casa de família. Teve uma vida longa de mais de nove décadas, com as dificuldades inerentes a uma época em que não se vivia com a largueza dos nossos dias. Hoje foi o fim da sua longa jornada. Que descanse em paz!
P.S.: A foto que publico foi tirada na véspera de Natal de 2019 quando ela veio a minha casa. Coisa que é memória, nada mais do que isso, porque no fim tudo vira memória.
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