Descansa em paz, Tuxa!
Passam hoje 11 anos sobre a morte da Tuxa, aquela que foi a mãe adotiva do Nicolau. Uma boxer de caráter firme, com a expressão dura de rosto, mas com um coração enorme. Também ela, tal como o seu filho adotivo Nicolau, foi resgata à rua. Vagueou numa urbanização em frente à casa onde vivia na Maia. Por lá andou muitas semanas até que um sábado após o almoço, fomos buscá-la. A minha mulher sempre esteve atenta a esta cadela porque tinha visto ela ser abandonada pelo seu dono. Um jovem que a trouxe e a abandonou, embora mostrasse profundo pesar pelo que estava a fazer. Quem sabe se obrigado por alguém que não lhe deu alternativa. Mas o que aqui importa é que ela veio para minha casa. A sua ânsia de ter um dono era tal que deixou-se levar apenas com um lenço ao pescoço. E foi uma grande amiga e companheira durante quase duas décadas. Morreu com um problema cancerígeno que lhe atacou uma vista fruto dum ferimento feito pelo Nicolau nas suas habituais brincadeiras. Estava na sua alcofa no primeiro andar da casa onde habito atualmente. Sentindo talvez o fim a chegar, num momento de distração nosso, desceu as escadas e veio juntar-se a mim no jardim que ela tanto gostava. Ali ficou horas. Improvisamos uma sombra para evitar o calor que se fazia sentir nesse dia. Dei-lhe água que ela bebeu de um trago e segundos depois tombou morta. O seu filho adotivo Nicolau assistiu a tudo. Esteve sempre junto dela. Até ao momento de ser sepultada. E durante muito tempo foi o seu fiel companheiro que logo pela manhã ia visitá-la à sepultura, e por lá ficava deitado algum tempo. Era comovente ver este ritual diário. Cumprem-se hoje 11 anos e era um dia de sábado. Descansa em paz, Tuxa!
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