Turma Formadores Certform 66

Thursday, December 27, 2007

A última nota de Oscar Peterson


Morreu um dos ícones do piano jazz. A última nota de Oscar Peterson. O jazz ficou mais pobre com a morte do célebre pianista e compositor canadiano Oscar Peterson. O primeiro músico negro de uma orquestra de baile popular na metrópole de Québec, tinha quase 70 anos de carreira.
O pianista Oscar Peterson realizou várias digressões pela Europa, algumas das quais na companhia da cantora Ella Fitzgerald
Morreu Oscar Peterson, um dos ícones do piano jazz. Peterson, nasceu em 1925 em Montreal, começou a tocar com 15 anos e, três anos depois, integrou a orquestra dum músico canadiano, Johnny Holmes, onde apurou as suas faculdades técnicas. Morreu com complicações renais no passado domingo, dia 23.
Foi em 1949 que o empresário Norman Granz espantado com o seu talento o levou para Nova Iorque, sendo de imediato apresentado num concerto no Carnegie Hall.
O mundo do jazz passava a conhecer um pianista que, ainda que influenciado por Art Tatum e Nat King Cole, tinha um estilo coerente e poderoso em que as linhas rápidas da mão direita impunham um balanço e swing assombroso.
Graças a Granz e à sua companhia de edição de discos, Peterson, primeiro em duo, em 1950, com o contrabaixista Ray Brown e depois em trio com a integração do guitarrista Barney Kesse fez-se notar. Todavia, o mais interessante no seu desenvolvimento de pianista com Granz, seria a sua colaboração com todos os grandes do jazz da época.
Lester Young, Coleman Hawkins, Ben Webster, Roy Eldridge e muitos outros que beneficiaram do acompanhamento cheio de Peterson que não se cingia a estabelecer os acordes, mas igualmente criava um contraponto de linhas inventivas.
O seu estilo funcionava também bem com as cantoras, como Ella Fitzgerald, Billie Holiday ou Anita O'Day. Tal aptidão não seria para admirar dado que Peterson estudara muito Nat King Cole e a forma como conciliava os seus vocais com as frases de piano.
Depois de muitos anos ligado a Granz , sobretudo com o seu trio em que a guitarra foi substituída pela bateria, Peterson passou a gravar na europeia MPS, onde assinou obras notáveis.
Todavia, quando Granz voltou a ter uma editora, a Pablo, Peterson voltou ao seu velho amigo, tendo ainda gravado boas obras. O jazz vai sentir a falta de Oscar Peterson, um pianista condenado por alguns que achavam o seu estilo de mecânico, mas cujo impacto avassalador dos seus ritmos e a velocidade do seu sentido melódico e harmónico, marcaram o piano jazz para todo o sempre.

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