35 anos depois ainda existe intolerância
Ontem assistimos ao impensável, 35 anos depois da instauração da democracia em Portugal, ainda há quem pense que está no PREC. Os insultos e agressões de que foi alvo o candidato do PS às eleições europeias, Prof. Vital Moreira, significa bem que ainda existe uma cultura democrática por fazer, sobretudo nas forças que nunca aceitaram a democracia plural, a que chamam "burguesa". O não pedido de desculpas, quer por parte do PCP, quer por parte da CGTP, é bem o exemplo dessa intolerância e da falta de cultura democrática. Isto não é novo, e vindo do mesmo quadrante político. Todos nos lembramos do que aconteceu com o Dr. Mário Soares na Marinha Grande, quando era candidato presidencial, nos anos 80. Há pessoas que acham que só elas é que têm razão, e não são capazes de perceber que em democracia ninguém tem a razão toda. Por momentos, vi-me a relembrar o ano de 1975, onde o PREC fazia o seu percurso, e onde a intolerância ficou bem patente no período que passou à História como o do "gonçalvismo". Ficamos a saber que existem os saudosistas do "gonçalvismo", como existem os saudosistas do "fascismo", quer uns, quer outros, ainda não perceberam que a História moderna se escreve por outras linhas. A ironia de tudo isto, é que quando se insultava e agredia Vital Moreira, a RTP1 passava um excelente documentário produzido pela televisão de Cabo Verde sobre o Tarrafal. Todos se lamentavam sobre o que sofreram pela liberdade, mas depois têm este comportamento, bem digno da intolerância do regime anterior. Não está em causa o candidato, não está em causa o partido, isto é válido para qualquer candidato, para qualquer partido, porque acima de tudo está o respeito pela democracia, o respeito pela diferença, a tolerância e não o ódio. Fiquei triste, porque pensei que 35 anos depois, não voltaria a ver atitudes destas, que no fundo, só ficam com quem as toma.
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