Turma Formadores Certform 66

Monday, February 11, 2013

Equivocos da democracia portuguesa - 238

Os desvarios do executivo não deixam de nos deixar surpreendidos. Esta semana foi o caso Franquelim Alves que está a desgastar a imagem do governo. Com o CDS/PP em silêncio, - o que diz bem do incómodo que tal nomeação está a causar -, Franquelim Alves vem à televisão negar as acusações. Não está aqui em causa a culpabilidade maior ou menos da pessoa, mas sim, aquilo que politicamente tal nomeação encerra. Depois a ocultação no "curriculum" da sua passagem pela SLN, que não veio ajudar em nada, outra coisa não seria de esperar. O que afirmou quando foi chamado a depôr na comissão de inquérito ao BPN na AR também não. Quem não deve não teme costuma-se dizer, o que aqui não foi o caso. Depois a defesa do mesmo feita pelo ministro da economia na AR foi um verdadeiro desastre. Citando cartas que nada têm a ver com a situação, inventando desculpas esfarrapadas e justificações incongruentes, levaram a que o ministro da economia tivesse um efeito contrário na audição parlamentar daquele que pretendia. Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa foi claro sobre este caso. Nuno Melo taambém não deixou de fazer o seu reparo. Pensamos que qualquer pessoa de bom censo não teria sugerido esta nomeação, por mais competente que a pessoa em causa seja. É que o caso BPN é muito sensível ao portugueses, e vir ampliar a questão com uma nomeação destas, só vem introduzir mais instabilidade num governo verdadeiramente à beira dum ataque de nervos, aumentando também a clivagem entre os partidos da coligação. Para além disso, ainda se continua a falar nos 4 mil milhões de euros que se pretendem cortar. Esta situação levará Portugal a um nível de pobreza só comparável aos anos do Estado Novo. A insensibilidade social é extrema. As pessoas não contam, apenas as estatísticas, os ratios, os objetivos. A fome nas escolas, as famílias em pobreza extrema a recorrerem cada vez mais a apoios sociais, o desemprego galopante sem dar mostras de abrandar, as empresas a fecharem umas atrás das outras são questões marginais para um governo que pretende implementar a sua agenda ultraliberal a coberto do "memorandum" da "troika". Como se tudo isto não bastasse, ainda faltam mais cerca de 3 mil milhões de euros que o governo tem que acomodar no orçamento a partir de 2014 e que se referem aos cortes temporários de ações que foram tomadas ao longo do tempo. Assim, quando se fala dos 4 mil milhões teremos que pensar que não são 4 mas 7 mil milhões a justificar no OE. Buraco atrás de buraco, com uma luz que teima em não aparecer ao fundo do túnel, Portugal vai-se afundando sem honra nem glória. E quando se falam de vitórias, estas são apenas fugachos que não servem para resolver os problemas, nem os portugueses sentem o seu efeito nas suas parcas vidas que levam. Veja-se o "famoso" regresso aos mercados. Depois da primeira tentativa esteve para haver outra, esta sim, de emissão de dívida, que não foi efetuada. Justificou-se isso com  a situação espanhola. É verdade que a situação em Espanha condiciona muito o que acontece em Portugal, mas talvez não seja só essa a razão. As coisas estão longe de estar consolidadas, mesmo com a ajuda do BCE. A perda de fundos europeus a semana passada são bem o exemplo do que a UE pensa dos países periféricos. O orçamento comunitário é cada vez mais curto quando a situação que se vive reclamava o contrário. Quando mais precisavam de ajuda é que não a têm. Afundamo-nos dia a dia num mar tumultoso sem que encontremos o rumo para um qualquer porto de abrigo.

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