Conversas comigo mesmo - CXXVI
Noite escuro, amena. Lá fora a chuva faz a sua aparição. Céu cinzento como cinzento anda o meu coração. Sem perspetivas, com medos que se vão entranhando no corpo. Sem futuro, sem esperança. A chuva continua a cair lá fora, a noite está amena. Mas o coração sofre, chora lágrimas como os pingos que continuam a cair, sofre de dor, de desesperança, de infelicidade. Quando a porta da vida se fecha com estrondo face aos nossos olhos, é costume dizer-se que se abre uma janela. Mas não se abriu. Ou melhor, abriu-se refletindo a noite escura que se faz sentir, com a chuva a deixar cair as suas lágrimas como as que o meu coração não pode reter. A janela que se abriu é para uma noite escura e chuvosa. Não sei se o dia aparecerá e se será de sol ou de tempestade. Só sei que estou no escuro e choro. Sem sentir apoio, sem obter misericórdia. Choro tão só lágrimas como a chuva que se faz sentir lá fora, na noite escura tão escura como o meu coração.
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