Equivocos da democracia portuguesa - 237
Parece que cada vez mais este governo tem como seu "leit-motiv" o surpreender-nos. Já não basta as afirmações de que tudo está bem quando o país está a ser depauperado dia após dia, com a economia estagnada, com o desemprego sempre a subir, com a finança sempre virada e apostada em ajudar aqueles que são os maiores responsáveis pela crise, a banca. A mesma banca do "aguenta, aguenta!" Como se tudo isto não bastasse, agora aparece a nomeação de Franquelim Alves, ex-administrador da SLN empresa ligada ao BPN de triste memória para nós todos. Este homem que esteve envolvido em situações inacreditáveis, que foi à AR, e que afirmou na Comissão de Inquérito ao BPN, que ocultou a situação de que tinha conhecimento desde há algum tempo, pois é este homem que agora se vê promovido a secretário de Estado. Se não fosse tão grave até nos daria vontade de rir. Parece que o executivo nos quer dizer, duma forma sibilina, que o crime afinal compensa. A polémica tem sido tal que o ministro da economia - o tal de quem nunca nos lembramos do nome - teve que vir a terreiro apoiar o seu secretário de Estado e assumindo a responsabilidade da sua nomeação. Mas o mais estranho é que o CDS tenha vindo dizer que "não condena aquele que os tribunais não condenaram", mas lá vai deixando escapar por uma "fonte anónima" a perplexidade de tal situação. O CDS tem que ponderar que não pode estar com um pé dentro e outro fora do governo. Não pode dizer uma coisa dentro do governo e outra através de uma qualquer "fonte" próxima da direção. Nuno Melo, que esteve na Comissão de Inquérito ao BPN, diz que "não comenta para já". Mas outros não deixaram de o fazer, mesmo pessoas ligadas ao PSD como Marcelo Rebelo de Sousa. É de atentar nas palavras que o professor ontem proferiu na TVI. É importante que a memória não se perca, e a dos portagonistas também. Afinal estamos todos a passar por enormes dificuldades pelo que se passou no BPN. O "buraco" foi de cerca de 5 mil milhões de euros! O corte que o governo quer fazer em nome da reforma do Estado é de 4 mil milhões! Aqui está a comparação para que ninguém se esqueça que, na atividade pública como na vida em geral, temos que ser como a mulher de César. Este não foi o caso. Que mensagem quer o governo passar para os cidadãos? Aquela apressada saída de Belém a fugir aos jornalistas ou outra que ainda não conseguimos vislumbrar? E o que pensa o Presidente da República? Será que algum dia o saberemos?
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